Desde o final de agosto, o mundo tem dado uma atenção mais do que especial a Amazônia. As queimadas na floresta se alastraram por grande parte da mata e chamaram a atenção de diversas pessoas ao redor do globo. Nas redes sociais, diversos movimentos e hashtags começaram a surgir, pedindo uma atenção maior a nossa floresta. Um dos principais movimentos é o #SetembroSemCarne, convocado pela Animal Equality Brasil.
Calma! A gente não vai falar para virar vegano da noite para o dia. Vamos apenas te ajudar a entender do que se trata esta campanha e como ela pode ajudar a floresta e, principalmente, nosso planeta.
O que é o movimento?
A campanha “Tire a Amazônia do Seu Prato – #SetembroSemCarne”, foi lançada nas redes sociais da ONG no dia 2 de setembro. Trata-se de um desafio, convocado pela Animal Equality, para ficar um mês sem consumir qualquer tipo de carne (seja vermelha ou branca… ou seja, nem mesmo um peixinho). A campanha ainda convida a evitar derivados de origem animal, como leite e ovos.
Vivian Mocellin, Diretora Executiva da Animal Equality Brasil explica: “sabemos que ninguém vai virar vegano de uma hora para a outra. O que pedimos com o movimento é que as pessoas comam vegano sempre que puderem, que façam o que puderem. Todo passo é um passo importante nesse momento”.
Vivian explica que a ONG já planejava ações específicas nas redes sociais, durante o mês de setembro, pedindo a redução do consumo de carne, em homenagem ao dia da Amazônia, comemorado em 5 de setembro. “Com as queimadas constantes na Amazônia, foi pertinente estender a ação para o mês todo. O #SetembroSemCarne é uma campanha de empoderamento em prol da conscientização da Amazônia, e não uma campanha de culpabilização”, completa a diretora.
Por que participar?
Um dos principais motivos para aderir ao movimento é o futuro. “O futuro de todo mundo está em jogo nesse momento. Precisamos nos responsabilizar pelos nossos atos e entender como eles prejudicam o planeta”, diz Vivian. A lista não para por aí: a criação do gado é um dos principais motivos do desmatamento da Amazônia.
Segundo os dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), mais de 80% do desflorestamento do Brasil, ocorrido entre 1990 e 2005 são associados à modificação de terras em terrenos para pasto.
Este é, justamente, mais um dos motivos para evitar todos os tipos de carne. A criação de frangos, peixes e porcos também impacta a floresta. O consumo da carne destes animais gera uma demanda mais grande no mercado, o que leva à exploração de mais espécies, que são alimentadas com a mesma soja. Muitas vezes a soja é plantada em áreas desflorestadas.
“Ainda não podemos esquecer que a Amazônia é responsável por regular o clima, uma vez que absorvem o carbono. Quando a floresta é queimada, mais CO2 está sendo gerado e, o elemento que deveria absorvê-lo não está mais lá”, completa Mocellin.
Vivian ressalta a importância de cobrar ações do governo, mas, ainda assim, começar a agir no dia a dia: “a crise [ambiental] está aí e está vindo. E aí, o que você vai fazer para mudar esse cenário?”
A diretora completa que a campanha está fazendo muito sucesso. “Não estamos conseguindo medir o alcance do #SetembroSemCarne, é muita gente nos marcando nos posts, mas através das redes sociais conseguimos ter uma ideia. Ficamos muito felizes com a repercussão do movimento, afinal, esse era o objetivo desde o início”, finaliza Vivian.
Animal Equality
A Animal Equality é uma Organização Não Governamental que surgiu na Espanha, em 2006. A ONG chegou ao Brasil em 2016 e, desde então, tem convocado manifestações e ações em prol do fim da exploração animal, em território nacional.
A ONG atua em diversos campos para garantir que o trabalho seja realizado com sucesso. Entre os departamentos estão: o de investigação, de campanhas, de políticas de alimentação e também no campo legislativo.