Porque você deve repensar sua relação com o meio ambiente?
Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente e vou te apresentar dados e motivos que podem te ajudar a mudar alguns hábitos
A ONU, Organização das Nações Unidas, reconheceu o Dia Mundial do Meio Ambiente no 5 de junho de 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. A data tem como objetivo conscientizar a população sobre os problemas ambientais e a importância de preservar recursos naturais, que são esgotáveis.
Em 2019, a data comemora 47 anos, e parece que, ao invés de caminharmos para frente, demos muitos passos para trás. E eu vou te contar o porquê: em outubro de 2018, a ONU apresentou um relatório declarando que temos apenas 12 anos para salvar o mundo de um catastrófico aquecimento global.
Todos os anos, a ONU elege um tema como o principal para ser abordado neste dia. Em 2019, o tema é a poluição do ar – uma das principais causas de destruição da camada de ozônio da estratosfera. Por isso, entre os dias 1 e 9 deste mês, a ONU Meio Ambiente promove uma série de ações em território nacional. Nas redes sociais, a hashtag #CombaterAPoluiçãoDoAr tem sido usada para ilustrar algumas destas ações.
Entretanto, os problemas ambientais são diversos e extensos. No último ano, por exemplo, o tema foi a poluição plástica, que ainda é muito atual e importante. Até mais ou menos abril do último ano eu era uma pessoa que não ligava muito para questões ambientais, mas sempre fiz o mínimo que podia. Reciclo o lixo, deixei de comer animais há alguns anos, evitava o desperdício e o consumo exacerbado, mas não me esforçava muito. Até que a Netflix me recomendou o documentário Oceanos de Plástico e eu me tornei a pessoa mais ecochata que meus amigos conhecem.
A partir daqui, esse texto vai ser muito pessoal, porque eu acho que só vou conseguir convencer alguém a mudar de estilo de vida depois de contar como percebi que precisava repensar todos os meus hábitos. Assistir esse documentário me fez pensar sobre muitas coisas. Eu tenho 23 anos e talvez viva até uns 80 (se Deus quiser). Não pretendo ter filhos, mas estou cercada de pessoas que querem. Tenho primos crianças que vão viver mais anos do que eu. E foi pensando nisso que me perguntei: que mundo é este que vou viver no futuro e, mais importante, que mundo é este que eu estou deixando para as futuras gerações?
Desde então eu comecei a estudar as causas e consequências do lixo marinho e as possíveis soluções para acabar com esse problema. As constatações são além de tristes, preocupantes. O Brasil recicla apenas 3% de todo o lixo produzido. Isso significa que 97% de todo o lixo do território nacional tem destinação incorreta e vai parar em lugares que não deveria – e pasmem, um deles é o mar. Vale lembrar que o nosso país é o quarto maior produtor de lixo no ranking mundial, e perde apenas para os Estados Unidos, a Índia e a China.
Se o problema do plástico no mar fosse exclusivo do Brasil, o cenário talvez não fosse tão ruim, mas os dados mundiais são ainda piores. Anualmente os oceanos recebem 25 milhões de tonelada de lixo.
O plástico se tornou popular após 1950, cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Esse objeto foi desenvolvido para ser um material durável, e não descartável. Desde a década de 1950, mais de oito bilhões de toneladas de plástico foram produzidas. Desse número, cerca de 80% foi descartado. Se empilharmos todo esse lixo, seria o equivalente a 25 mil prédios do Empire State Building, segundo a Menos 1 Lixo. Não é a toa que o plástico descartável demora, em média, cerca de 400 anos para se decompor.
Um estudo australiano aponta que a Terra perde cerca de 100 mil animais marinhos, por ano, por conta do lixo nos oceanos. Em 2018 você provavelmente viu, ou no mínimo ouviu falar, sobre a tartaruga marinha que tinha um canudo plástico preso no nariz e sentiu muita dor quando biólogos o retiraram com uma pinça. Esse vídeo se popularizou e viralizou muito nas redes sociais.
Isso fez com que muitas pessoas se mobilizassem pela diminuição do canudinho plástico. Alternativas sustentáveis se popularizaram e o desperdício zero ficou muito em alta. O problema é que o canudo foi considerado o principal vilão do meio ambiente e, o resto dos plásticos descartáveis não. O Fórum Econômico Mundial de Davos determinou que, em 2050, os oceanos terão mais plástico do que peixes se a produção continuar assim. Então, não adianta muito vender um canudinho sustentável embalado em plástico, como algumas marcas tem feito. O problema não é só o canudo.
E foi justamente pensando nesse cenário catastrófico que eu percebi que era a hora de mudar alguns hábitos. O canudinho plástico, por exemplo, não faz mais parte da minha vida. Encontrei alternativas sustentáveis para muitos dos itens descartáveis que usava diariamente.
Agora eu vou te dizer o que você pode substituir no dia a dia para reduzir o seu impacto ambiental. E nem vem me falar que sozinho você não vai fazer a diferença, porque basta algumas pessoas fazendo o melhor que podem, que caminharemos para um mundo melhor.
Você pode substituir a sua escova de dentes de plástico por uma feita de bambu, por exemplo. Além de serem mais duráveis, as escovas de bambu podem ser plantadas na terra quando não forem mais úteis. Se você for uma pessoa que menstrua, pode apostar nos coletores menstruais ou absorventes de pano. Se tiver uma criança pequena em casa, vale investir em fraldas de pano. Na hora do café, recuse cápsulas e beba cafés filtrados no coador de pano ou feitos na prensa francesa.
Não saia de casa sem uma garrafinha e/ou um copo reutilizável. Informe os garçons e garçonetes que você tem seu próprio copo e não precisa de um descartável. Recuse canudos plásticos. Leve sempre uma ecobag na bolsa para não precisar de sacolas plásticas. Faça compras à granel. Utilize shampoo, condicionador e pastas de dente em barra que, preferencialmente, não estejam embalados do plástico. Composte. Deixe seu carro em casa e use transporte público ou bicicletas. Reduza o consumo de produtos de origem animal. Eu faço tudo isso e acho que você também deveria.
Reaproveite, recicle, recuse, reduza e repense. O meio ambiente precisa de você!