Centro Cirúrgico em Uganda é autossuficiente e super sustentável
O projeto do escritório Kliment Halsband Architects valoriza o trabalho e a sabedoria local além da sustentabilidade e da tecnologia
Em Uganda, uma construção chama atenção. Trata-se da instalação cirúrgica Mount Sinai Kyabirwa, projetada por Kliment Halsband Architects. O destaque são os painéis solares, que a tornam um complexo autossustentável.
As obras foram executadas por trabalhadores locais usando materiais da própria região, como os tijolos vermelhos, que formam as paredes. Na verdade, até a argila que compõe os tijolos era nativa, o que ajudou ainda mais a economia do entorno. “Os tratamentos cirúrgicos são essenciais para a construção de comunidades saudáveis em todo o mundo”, disseram os profissionais do Kliment Halsband Architects, escritório fundado em 1972, em Nova York.
“Este modelo é construído em torno do desenvolvimento de uma instalação independente e autossustentável, capaz de fornecer tratamentos cirúrgicos em áreas com poucos recursos”. A inspiração para o formato foram as próprias bananeiras que crescem ali ao redor. “Pensamos nos painéis solares como folhas de bananeira, que colhem sol e proporcionam sombra”, afirmou o estúdio. O conjunto solar protege e alimenta as instalações modulares simples de tijolos abaixo”.
Para completar a demanda energética, foi instalado um sistema híbrido de baterias e geradores, assim, se a rede elétrica falha, o Centro Cirúrgico pode passar até dois dias consumindo a energia acumulada nos painéis solares. Na parte hídrica, tanques armazenam água de poços ao redor e da própria rede urbana, filtrando-a de acordo com a necessidade. A água da chuva fica para vasos sanitários e para a horta, e a água residual é tratada ali mesmo, em uma fossa séptica.
Para a ventilação, a opção foi por contemplar a ventilação natural proveniente do ar canalizado pelo dossel ondulado e pelas aberturas no tijolos.
O objetivo final de todo esse trabalho dos arquitetos é prover assistência médica universal gratuita, que foi estipulada em Uganda desde 2001, mas que ainda é desfalcada nas áreas rurais.