Estudo aponta benefícios do consumo de carne e insetos de laboratório

Novas fontes de proteína na alimentação podem ser saudáveis e reduzir o impacto ambiental em 80%

Por CicloVivo
Atualizado em 29 fev 2024, 11h35 - Publicado em 3 Maio 2022, 19h00
Nuggets feitos de proteína de insetos
 (Divulgação Future Meat/CicloVivo)
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Nuggets feitos de proteína de insetos
Nuggets de carne produzida em laboratório pela israelense (Divulgação Future Meat/CicloVivo)

Por Natasha Olsen

Entre as recomendações do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) está a necessidade de redução das emissões de metano relacionadas à pecuária em um terço até 2030. Diminuir ou cortar a carne da nossa alimentação pode ser uma opção saborosa que traz benefícios para a saúde e para o planeta.

Existem muitas opções de proteínas vegetais e receitas deliciosas para quem quiser experimentar esta troca. E um novo estudo, publicado na Nature Food, aponta que, além dos vegetais, outras fontes de proteína podem entrar na nossa dieta: são as carnes e insetos cultivados em laboratórios.

Tábua de tacos com proteína vinda de insetos
Tacos com carne cultivada em laboratório produzida pela empresa israelense (Divulgação Future Meat/CicloVivo)

Uma série de alimentos não convencionais a base de carne, insetos, algas e laticínios desenvolvidos em laboratório estão sendo desenvolvidos com o objetivo garantir a proteína e outros nutrientes para a nossa alimentação, ao mesmo tempo que diminuem o consumo de água e o uso de terra na sua produção.

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Um grupo de cientistas da Finlândia estudou as características nutricionais destas fontes de proteína, avaliando o uso de água, terra e as potenciais emissões de carbono.

Trabalhador em fábrica da Future Meat
Fábrica de produção de carne de laboratório. (Divulgação Future Meat/CicloVivo)

Depois de analisar estas três variantes ambientais, os pesquisadores afirmam que trocar carne, laticínios e outros produtos de origem animal por alimentos alternativos pode reduzir esses impactos em mais de 80%, considerando a dieta na Europa.

Além disso, os novos alimentos fornecem uma variedade mais completa de nutrientes do que uma dieta estritamente vegetariana ou vegana, segundo os cientistas.

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Outra descoberta dos pesquisadores é que soluções simples, como a redução do consumo de carne e aumento da quantidade de vegetais na alimentação têm um impacto positivo semelhante no planeta.

Insetos em bandejas
Em muitas culturas, o consumo de insetos na alimentação já é comum. (Jeremy Bezanger-Unsplash/CicloVivo)

Segundo Rachel Mazac, pesquisadora da Universidade de Helsinque, reduzir os alimentos de origem animal em 75% poderia resultar em uma redução de 75% nos impactos ambientais.

“Com reduções significativas em alimentos de origem animal e substituições por alimentos novos e alternativas de proteína à base de plantas, é possível reduzir significativamente os impactos ambientais em termos de potencial de aquecimento global, uso da terra e uso da água”, disse Rachel Mazac, da Universidade de Helsinque.

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Insetos cozidos
As larvas de insetos são ricas em proteína. (Jeremy Bezanger-Unsplash/CicloVivo)

A pesquisa foi publicada na Nature Food e examinou novos alimentos que devem entrar na nossa dieta nos próximos anos. Entre as opções avaliadas estavam moscas e grilos, clara de ovo de células de galinha cultivadas em laboratório, algas, proteínas em pó feitas de cogumelos ou micróbios, leite, carne e frutas cultivadas a partir de células.

Estas opções, no entanto, dependem de métodos de alta tecnologia para “cultivar” células animais e vegetais que ainda estão em desenvolvimento. Além disso, as mudanças na dieta podem encontrar uma grande resistência dos potenciais consumidores.

Prato de comida
(Daniela-Unsplash/CicloVivo)
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Apesar de muitos estudos já apontarem os benefícios de uma dieta rica em grãos e vegetais com a simples ingestão reduzida de carne e laticínios, esta ideia ainda enfrenta bastante resistência.

O co-presidente do grupo de trabalho do IPCC sobre impactos, adaptação e vulnerabilidade, Hans-Otto Pörtner afirma que não é possível impor uma nova dieta às pessoas, mas que “seria realmente benéfico, tanto para o clima quanto para a saúde humana, se as pessoas em muitos países ricos consumissem menos carne e se a política criasse incentivos apropriados para esta mudança.”

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