Bienal de Veneza: pavilhão de entrada faz reflexão sobre desperdício
Mais de 100 toneladas de materiais da bienal passada, que seriam jogados fora, foram usados para construir o salão principal da mostra de 2016
As portas da Bienal de Veneza de 2016 se abrem, expondo seu salão principal. Algo comum, não fossem os materiais usados para construí-lo: mais de 100 toneladas de lixo gerado a partir da desmontagem da bienal anterior. A instalação construída no pavilhão de entrada exibe 14 quilômetros de tachas de metal suspensas no teto, acompanhadas de 10.000 metros quadrados de paredes de gesso que dividem o espaço.
A reutilização dos restos, que seriam descartados, é uma forma de compartilhar com a audiência como as ações tomadas por arquitetos ajudam a moldar nosso planeta e seu futuro. A profissão tem grandes responsabilidades, principalmente com o uso consciente de materiais em seus projetos. Assim, a Bienal de Veneza de 2016 não só incentiva a reciclagem, como também reflete sobre seu próprio impacto ambiental.
Entre a cortina de ferro suspenso e as paredes de gesso, o visitante da mostra encontra o planejamento do curador, o arquiteto chileno ganhador do prêmio Pritzker de 2016, Alejandro Aravena. Desenhos e rascunhos garantem uma visão geral da experiência que seguirá o salão introdutório. Vídeos em aparelhos eletrônicos posicionados em prateleiras contém informações sobre a bienal e o uso de materiais sem desperdício.