O Museu da Língua Portuguesa, um dos mais importantes da cidade de São Paulo, é referência no país e no mundo. Inaugurado em 2006, o museu está alocado no prédio histórico da Estação da Luz. Em dezembro de 2015, um incêndio atingiu a construção e corrompeu parte da estrutura. Conheça um pouco da história e arquitetura deste cartão postal da cidade.
O Prédio
Aberto ao público no dia 1º de março de 1901, o prédio da Estação da Luz carrega referências estruturais importadas da Inglaterra. Projetada pelo britânico Charles Henry Driver, um renomado arquiteto de estações ferroviárias, a obra levou seis anos para ser concluída.
O local onde os passageiros acessam a estação imita a estrutura do Big Ben, em Londres, com o grande e redondo relógio no topo da torre. Do outro lado, duas torres quadradas seguem o estilo gótico da Abadia de Westminster, uma igreja londrina. Em 1901, o nome também carregou inspirações britânicas: e foi batizado de São Paulo Railway Station.
No total, o edifício tem 7,5 mil m², que foram construídos com alvenaria de tijolos sobre mecanismos pré-moldados. A estação teve um papel importante durante a época cafeeira, ligando as fazendas de café ao Porto de Santos.
Museu da Língua Portuguesa
Somente em 2006, o Museu da Língua Portuguesa passou a ocupar o edifício histórico. A intervenção arquitetônica foi feita por Paulo e Pedro Mendes da Rocha. O principal desafio dos arquitetos foi realizar uma obra sem interromper o fluxo de pedestres da estação. Além disso, nenhum registro material do prédio tombado poderia ser alterado. Dessa forma, a setorização do museu foi organizada para visitação ocorrer de cima para baixo.
De toda a extensão do prédio da estação da Luz, 4.333 m² foram cedidos ao Museu da Língua Portuguesa. Neste espaço, um acervo digital foi instalado para celebrar a língua portuguesa e construir uma linha do tempo, misturando-a com a língua africana e ameríndia.
A literatura brasileira é a menina dos olhos do museu. Um extenso conteúdo sobre linguagem, história da língua e de idiomas que contribuíram para sua formação eram dispostos em recursos tecnológicos, que reinventaram também a forma de expor algo em um museu.
Incêndio
Em 21 de dezembro de 2015, um incêndio de grandes proporções atingiu o museu e destruiu parte da arquitetura do espaço. Desde então, o local foi fechado para o público e passa por reformas e revitalizações. Até o momento, a restauração do telhado, fachadas e esquadrias foram concluídas. Para a estrutura do telhado, cerca de noventa toneladas de madeira certificada da Amazônia foram usadas.
Além disso, a fim de preservar as características originais do prédio, a obra têm aproveitado os materiais da construção original. Mais de 300 esquadrias foram restauradas ou refeitas. Pensando também em sustentabilidade, medidas para redução do consumo de água, coleta de água da chuva para irrigação e gestão de resíduos estão sendo tomadas.
A previsão é que as obras terminem em outubro de 2019 e a reabertura deve acontecer no começo de 2020.