10 dúvidas sobre tapetes
Qual o tamanho certo? Como combinar com o resto da decoração? Qual o material mais indicado para o seu caso?
1. Como definir o tamanho do tapete da sala de estar?
O importante é que o tamanho do tapete – seja ele neutro, colorido, estampado ou liso – esteja perfeitamente adequado às dimensões do espaço. Como é o tapete que demarca o espaço, causa estranheza quando ele é
desproporcional ao tamanho do ambiente. Assim, um modelo muito pequeno em frente ao sofá pode ficar esquisito, “com cara de capacho”, na opinião de Francesca Alzati, da By Kamy. No entanto, se o “tapetinho” for uma peça preciosa, um modelo oriental cheio de estilo, que você ama e quer mostrar, não se acanhe! A arquiteta sugere colocá-lo sobre um modelo neutro. “Um tapete de sisal natural serve de moldura e destaca o seu ‘bijou’, como um quadro”. Mesmo sem regras rígidas, é fácil acertar no tamanho do tapete. Os profissionais aconselham um modelo que tenha no mínimo a largura do sofá e entre embaixo do móvel – mais ou menos até a metade. “Assim, as duas peças parecem estar num mesmo plano, eliminando a confusão visual de piso, tapete e sofá”, justifica Maria Lúcia Quaglio, da Fio sobre Tela. “Em um ambiente grande, fica chique usar um tapete que abrigue todos os móveis”, opina José Eduardo Haddad, da Marie Camille. Atenção: os tapetes delimitam os ambientes. “Quando existe um tapete no estar, a tendência das pessoas é ficar na área demarcada por ele”, diz a arquiteta Francesca.
2. Onde e como posso usar tapetes redondos?
Tapetes redondos são difíceis de usar. Eles atraem quem se identifica com o estilo moderno. “Mas não é fácil distribuir os móveis sobre um tapete redondo”, alerta a designer de interiores Renata Amaral. O ideal é que tudo fique sobre ele e isso só é possível se o ambiente for grande. Em áreas pequenas, a saída é distribuir vários pequenos. “Gosto de utilizá-los em ambientes contemporâneos, às vezes, até descentralizado em relação ao ambiente. Eles ficam bem em livings, salas de TV e escritórios”, diz o designer de interiores Fernando Piva.
3. Qual o tamanho ideal para um tapete que ficará sob a mesa de jantar?
O ideal é cada borda ter 1 m a mais do que a área ocupada pela mesa. “Você precisa ter espaço para arrastar as cadeiras sem que elas enrosquem no tapete”, ensina o designer de interiores Roberto Negrete. Exemplo: se a mesa tiver 1,50 x 1,50 m, o tapete deverá ter 2,50 x 2,50 m. Fernando Piva, também designer de interiores emenda: em tempos de espaços mínimos nem sempre é possível atender a essa medida. “O mínimo seria 70 cm de sobra”, diz ele. Quanto aos contornos do modelo, os profissionais levam em conta o formato da mesa. O arquiteto Flávio Butti prefere tapetes quadrados combinados com tampos redondos e quadrados. Já os retangulares se harmonizam melhor com móveis retangulares e ovais. Outro detalhe importante: para se prevenir contra manchas, prefira materiais resistentes a lavagens freqüentes, como os de pura lã e o 100% náilon.
4. Como usar tapete nos quartos?
Em ambientes com piso de madeira, cerâmica ou pedra, a solução mais interessante é colocar um tapete retangular no sentido contrário ao da cama, de forma que ele fique sobrando nas laterais e na frente – uma versão elegante dos três tapetinhos que antes circundavam o móvel. Nos quartos com carpete, os especialistas recomendam não colocar tapete, pois o revestimento já cumpre a função de aconchego.
5. Estar, jantar, sala de TV. Como combinar tapetes de ambientes próximos?
“Eles não precisam – e nem devem – ser iguais. Senão acabam parecendo um carpete”, alerta Francesca Alzati, da By Kamy. Busque um denominador comum entre os modelos: pode ser a cor, a textura, uma estampa ou até a moldura de acabamento. Quanto à distância entre eles, é preciso estudar caso a caso. “Tudo depende da disposição dos móveis, volumetria, espaço”, esclarece o decorador Fernando Piva. Com bom senso, pode-se mesclar até três estilos diferentes de tapete. Entre os tradicionais, o aubusson (de desenhos e cores suaves e motivos florais) é o mais procurado. Entre os modernos, os artesanais têm feito sucesso. Outra tendência forte é trabalhar com peças de mesmo tom, mas com tramas de alturas variadas. O resultado é uma composição harmônica, com um movimento visual bem agradável.
6. Tapetes mais peludos vão bem em qualquer ambiente?
Os modelos mais peludos – de náilon, lã, retalhos de couro ou lycra – vão melhor em ambientes contemporâneos. Alfredo de Oliveira, diretor de criação da Punto e Filo, lembra que os tapetes de pêlos altos agradam em locais onde as pessoas ficam descalças, como o home theater e o quarto. Em espaços de decoração mais austera, é preferível usar tapetes baixos – de pele, algodão feito em tear manual, náilon de pêlo curto ou fibras como sisal e seagrass.
7. Quais os cuidados de preservação?
As dicas de manutenção variam conforme a matéria-prima, mas existem cuidados gerais. Não deixe o tapete exposto ao sol, pois as cores podem desbotar. Atenção aos vasos por perto: a água pode escorrer e mofar o tecido. “Provoca uma mancha irreversível”, explica Maurício Ramos, da Catelly, empresa especializada em restauro. Nesse caso, ele aconselha limpar a peça enquanto ela ainda estiver molhada. Não deixe juntar pó: as partículas cortam as fibras nas pisadas, diminuindo a vida útil do tapete. Para que isso não aconteça, passe aspirador diariamente no sentido da trama.
8. Com que periodicidade deve-se lavar o tapete?
Lave o tapete a cada dois anos ou sempre que perceber cores opacas, trama endurecida ou ressecada, manchas ou perda de brilho. O serviço deve ser feito por lavanderias especializadas. Caso haja derramamento de líquidos, seque imediatamente. Quase 100% das manchas saem se forem removidas na hora. Por isso, não se acanhe mesmo se estiver dando uma festa. Primeiro enxugue o local com pano branco seco ou papel toalha. Depois, com uma esponja, aplique a espuma de detergente neutro, limpando de fora para dentro para que a mancha não se espalhe. Use um pano úmido para tirar o excesso do produto e, por fim, passe outro pano limpo e seco.
9. É possível conciliar tapetes e animais de estimação?
Sim, desde que sejam observados alguns cuidados. Gatos têm o hábito de arranhar e desfiar as tramas. O ideal é mantê-los longe dos fios. Outra coisa: a urina dos bichos, muito ácida, mancha mesmo. “É praticamente impossível retirá-la”, alerta Mario Luis da Silva, da Barbantie. Para evitar o problema, a artista plástica Beth Magli optou pelo tapete de PET (material das garrafas de refrigerante) e polipropileno, criação da Casa dos Tapetes Manuais (foto abaixo). “Basta lavar o tapete e as manchas desaparecem”, conta.
Se o problema estiver nas unhas do bichano, preste atenção à dica de Alexandre Rossi, zootecnista e etólogo (especialista em comportamento animal): “O que fazer para que meu gato pare de arranhar tecidos e móveis? Eles arranham para brincar, afiar as garras e se comunicar. Em vez de eliminar esse hábito, disponibilize locais, como arranhadores, em que ele possa exibir seu comportamento sem fazer estragos. Vale tornar a área que ele unha desagradável com fitas adesivas duplaface. Outro truque é espirrar água na cara do bichano na hora da ação. Se nada disso adiantar, coloque ao redor do sofá um fio de náilon amarrado a um objeto barulhento, como uma tampa de panela. Ele levará um pequeno susto sempre que atacar a peça e desistirá com o tempo. Para garantir a eficácia do processo, ofereça um arranhador e agrade-o quando estiver agindo certo. Há quem diga que o dono pode até arranhar um pouco para que o gato aprenda por observação”.
10. O que fazer para evitar escorregões nos tapetes?
Esse tipo de acidente pode ser evitado colocando produtos antiderrapantes embaixo do tapete. Algumas lojas, como a Barbantie, oferecem o serviço de colocação de uma manta de PVC sob a peça. Outras colam tiras de borracha no meio ou nas bordas.