A temperatura e a umidade são dois dos elementos que ajudam a estabelecer o conforto em um ambiente para todos que o utilizam. O que muitos estudos vêm apontando é que o controle desses fatores também contribui para a prevenção de doenças respiratórias e alergias, criando um espaço mais saudável e seguro.
Patrick Galletti, engenheiro de climatização e CEO do Grupo RETEC, destaca que essa manutenção é importante no próximo verão, quando ondas de calor já são esperadas. “Manter a umidade do ar dentro da faixa recomendada é fundamental para evitar problemas respiratórios e alérgicos, que são bastante agravados por ambientes secos ou excessivamente úmidos. As temperaturas inadequadas podem provocar estresse térmico, especialmente em ambientes fechados”, alerta.
A umidade ideal
De acordo com a American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers (ASHRAE), a faixa de umidade relativa do ar ideal para a saúde humana varia entre 40% e 60%. Esses níveis evitam a proliferação de vírus, bactérias e ácaros, além de proporcionar um ar mais confortável para respirar. Temperaturas extremas, por outro lado, podem afetar negativamente o sistema imunológico, deixando o corpo mais suscetível a infecções.
A melhor temperatura
Quando se trata de temperatura, há sempre um embate entre pessoas que compartilham o mesmo espaço. A eterna briga pelo controle remoto do ar nos escritórios e residências pode estar chegando ao fim. Isso porque, de acordo com especialistas, a faixa recomendada para ambientes fechados é entre 22°C e 24°C, sendo esse o equilíbrio para promover conforto sem causar impacto na saúde.
Galletti ressalta ainda que, quando as pessoas sentem a necessidade de reduzir a temperatura abaixo dos 22°C, isso pode ser um indicativo de que o ar condicionado não está operando de maneira eficiente. “Muitas vezes, a solução parece ser reduzir a temperatura, mas isso pode sobrecarregar o sistema sem resolver o problema real, que pode estar relacionado à distribuição de ar ou à manutenção inadequada do equipamento”, explica.
Há exceções para ambientes especiais, como laboratórios e centros de dados, onde a temperatura deve ser mantida em níveis específicos para garantir o bom funcionamento de máquinas e equipamentos. Nesses casos, o controle rigoroso da climatização é ainda mais essencial, considerando que variações podem causar falhas operacionais ou danos.
Como ajustar os parâmetros do ambiente
O ideal é que sistemas de climatização sejam programados para manter a temperatura e umidade relativa do ar adequadas – em torno de 22°C a 24°C e 40% e 60%, respectivamente. Isso pode ser feito com o uso de sistemas que integram ar condicionado e umidificadores, além de tecnologias de monitoramento que garantem a qualidade do ar.
Ambientes como escolas, hospitais, shoppings e escritórios, que recebem grande fluxo de pessoas, devem ser os mais rigorosos em termos de controle climático, já que a densidade populacional tende a impactar a qualidade do ar. Especialistas recomendam a revisão periódica desses sistemas para evitar falhas e manter o ambiente dentro dos parâmetros saudáveis.
Patrick Galletti reforça a importância de conscientizar a população sobre esses cuidados. “Muitas pessoas associam sistemas de climatização apenas ao conforto, mas a verdade é que um controle adequado de temperatura e umidade é determinante para evitar a disseminação de doenças. Cuidados frequentes evitam desde defeitos nos aparelhos até idas ao médico”, recomenda o especialista.