Viver a arte: conheça o primeiro hotel dentro de Inhotim

O escritório Hemisfério, composto por Joana Magalhães, Sofia Lobato e Luiz Felipe Quintão, foi o responsável por assinar o novo projeto. “A ideia foi aproveitar ao máximo as qualidades da arquitetura que já estava construída, adaptando-a para este novo momento”, explica Joana. Ela e Maria se conheceram quando, na época, trabalhavam no escritório Freusa Zechmeister, portanto estavam muito próximas da ideia original.

“Queríamos preservar os conceitos do projeto original, como a fluidez dos espaços, os vários níveis, a arquitetura que favorece a contemplação da vista, com privilégio para a iluminação natural“, comenta a arquiteta.

O hotel é composto por um edifício central com recepção, lounge, restaurante, piscina aberta, piscina coberta, salas de conferência e brinquedoteca e os 46 bangalôs para hóspedes.

Os quartos – que possuem layouts distintos- tiram proveito da pequena floresta no entorno da construção. “A ideia é aproveitar o sombreamento da área de floresta, como se você estivesse caminhando de um pavilhão de arte para o outro”, diz Joana.

Dentre as alterações necessárias, a arquiteta destaca modificações em decorrência da nova realidade da hotelaria e também do perfil de hóspedes da rede Clara.

“Ampliamos o restaurante, a brinquedoteca e a academia, pois o Clara oferece pensão completa, com alimentação, e recebe muitas famílias. Também atualizamos a infraestrutura geral para que o hotel pudesse receber mais hóspedes e criamos uma piscina coberta”, finaliza.

A obra em si apresentou muitos desafios, uma vez que as estruturas já estavam bastante deterioradas.

“A obra estava parada há mais de uma década. Vocês podem imaginar a energia de uma obra abandonada. São sonhos abandonados, ideias abandonadas. Não foi fácil, mas valeu cada esforço. Este hotel é mais do que um espaço, é uma experiência imersiva na arte”, afirma Taiza.

Marina Linhares assina os interiores das áreas comuns e dos quartos. “Inhotim é uma imersão cultural e sensorial. A hospedagem no Clara precisa ser uma extensão desta experiência. O objetivo é que os hóspedes possam recarregar as energias e se sentir acolhidos em ambientes aconchegantes, que reflitam tanto a serenidade da natureza quanto o dinamismo da arte que permeia Inhotim”, explica Marina.

Dentro dos bangalôs, a atmosfera é de conforto, aconchego e sofisticação. Painéis de madeira quentes revestem as paredes e os ambientes são delimitados por cortinas de linho.

“A ideia era criar espaços que transmitissem a sensação de aconchego e acolhimento de uma casa, pensados na escala e dinamismo da hotelaria”, diz a arquiteta.

O banheiro tem um belo piso em pedra com padrão geométrico e banheira de imersão.

Para oferecer ao hóspede uma experiência mais completa, também foi incluída uma pequena copa com pia, filtro de água, chaleira, máquina de café, frigobar e micro-ondas.

Há também uma varanda com cadeiras e uma lareira, ideal para momentos de contemplação e confraternização da arte e da natureza do parque.

No mobiliário estão presentes peças clássicas de Sérgio Rodrigues, Carlos Motta e Zanine Caldas junto de nomes contemporâneos como Jader Almeida, e sem deixar de lado os representantes mineiros Susana Bastos e Marcelo Alvarenga da Alva Design, Gustavo Bittencourt, Bruno de Carvalho entre outros.