Considerada por ela mesma como uma arquiteta corporal, a artista de Los Angeles Lucy McRae chocou e inovou ao criar sua Compression Carpet, uma máquina de abraços.
A invenção surge em meio aos questionamentos de McRae sobre o futuro e o impacto que a tecnologia terá no bem-estar das pessoas.
“Estamos caminhando para uma crise do toque, onde estamos inundados de tecnologia, a ponto de angústia”, diz a artista.
“No futuro, a tecnologia disputará o nosso afeto por causa da nossa obsessão pelo digital?”, ela provoca com o questionamento.
A invenção de McRae é uma máquina que oferece ao usuário abraços de corpo inteiro, quando este se coloca entre as almofadas.
Colorida em tons de rosa e marrom, que lembram os da pele, a criação enfatiza a ilusão do toque humano.
Enquanto quem é abraçado basta se posicionar dentro da Compression Carpet, outra pessoa deve girar a manivela, o que fará com que a máquina se mova lentamente ao redor de quem a usufrui.
Essa outra pessoa tem total controle sobre a firmeza do abraço. McRae descreve a experiência como “embalar para se render”.
A obra foi apresentada no Festival of the Impossible, uma exposição em São Francisco, que explorou o futuro relacionamento entre humanos e máquinas. Os convidados foram convidados a experimentar a máquina por si mesmos.
“A maioria saiu com um olhar vidrado, depois de alguns minutos espremidos”, diz McRae. “Um usuário comparou a experiência ao sentimento reconfortante que teve ao abraçar um amigo com o dobro do seu tamanho, enquanto outra foi capaz de usar e aproveitar o dispositivo apesar de sofrer de claustrofobia”.
“Durante os primeiros momentos, ela sentiu os gatilhos da claustrofobia, mas os venceu mantendo a calma”, acrescentou a artista. “Meu palpite é que, se adicionarmos som e áudio guiado, a experiência expandirá os sentidos um passo adiante”, diz.