Vestir a parede é uma ideia infalível quando se trata de deixar a casa mais aconchegante. O recurso acrescenta textura e uma camada de interesse ao décor. Dentre todas as possibilidades para chegar a esse resultado, a arquiteta Júlia Guadix, fundadora do Studio Guadix, é adepta do lambri.
Formado por ripas de madeira, com encaixes do tipo macho e fêmea, o revestimento começou a ser usado por nobres franceses no século XVII com o objetivo de aquecer os ambientes. De lá para cá, se popularizou e adentrou residências mundo afora.
Segundo a arquiteta, o lambri pode cobrir a parede inteira ou ficar a meia altura, dependendo do efeito pretendido. Com as réguas na vertical, transmite a sensação de que o teto é mais alto.
“Ele tem a propriedade de alongar visualmente o espaço”, explica Júlia. Expert nas diferentes formas de criar projetos com painéis ripados, ela preparou um guia para orientar quem deseja entrar na onda também.
Vantagens incontestáveis
O ganho estético é a primeira característica que vem à mente quando se fala de lambri. Mas o recurso também se destaca devido aos atributos técnicos. Ele contribui para o conforto térmico, o que torna a temperatura interna dos ambientes mais amena e melhora o isolamento acústico, reduzindo reverberações e ampliando a privacidade dos espaços.
A versatilidade é outro ponto forte, pois está disponível em diferentes materiais e acabamentos e, desse modo, se adapta a diversos estilos de decoração. Simples de instalar, atrai quem está em busca de uma transformação rápida.
“Ele pode, inclusive, ser colocado sobre outros acabamentos. Adoro essa mistura de materiais que enriquece o visual”, afirma Júlia.
Materiais diversos
Em sua origem, o lambri era feito apenas de madeira, matéria-prima que, devido à alta resistência, é usada até hoje em paredes e forros. Mais recentemente, surgiu o lambri de MDF, reconhecido pela leveza, facilidade de manuseio e pelo ótimo custo/benefício.
Por ser uma alternativa estável (ou seja, que não empena com facilidade), ela tem manutenção simples. O lambri de gesso, em formato de ripa ou painel, requer mão de obra especializada e cai bem em decorações de estilo clássico.
Onde usar o revestimento
O revestimento empresta seu charme a diversos ambientes da casa, das mais diferentes formas:
- Quartos: Ótima solução para compor a cabeceira da cama ou dar vida a uma parede sem graça em espaços de adultos e crianças. É aconchego garantido. Por ser um ambiente de descanso, prefira os tons claros para não saturar o visual.
- Sala de estar: Pode compor meia parede ou a superfície inteira, em harmonia com as demais cores do local. Se quiser ampliar a sensação de acolhimento, opte pela madeira em tom natural. Quando aplicado ao teto, realça a iluminação.
- Varanda: Nesse ambiente, contribui com o aspecto rústico. Mas existe a preocupação de mantê-lo afastado da umidade. Por isso, deve-se usá-lo somente em áreas cobertas e bem protegidas. Uma saída é reservá-lo somente ao teto ou adotar uma espécie de madeira bem resistente.
- Lavabo: Faz sentido optar por um modelo branco para esse cômodo: a cor faz o espaço parecer maior e passa a sensação de higiene e limpeza. Porém nada impede que o morador escolha algo mais colorido ou escuro, que conferem mais personalidade e dramaticidade ao ambiente. Mais uma vez vale a recomendação de só aplicar o lambri em áreas secas.
- Cozinha: aqui, ele remete a “casa de vó” e resulta em memória afetiva. O revestimento surpreende por fugir da gama de acabamentos frios que costuma definir o ambiente e, por isso, cria um décor com mais personalidade.
Cuidados essenciais
Caso o lambri seja de madeira ou MDF, é importante tratá-lo contra infestações de cupins a cada ano ou no intervalo recomendado pelos técnicos da empresa responsável.
Além disso, refaça a pintura ou a aplicação de verniz ou cera na madeira natural quando houver sinais de desgaste, pois isso representa uma proteção contra pó, água e outros agentes que podem danificá-lo.
Na limpeza, evite o contato com água e produtos químicos. Pano seco e aspirador de pó dão conta do recado. A boa manutenção aumenta consideravelmente a vida útil da parede ou do forro.
Lambri no décor
A arquiteta recomenda exercitar a criatividade para imaginar formas de incorporar o material à decoração em situações que vão além da parede tradicional.
“Ele pode cobrir a base da ilha da cozinha, estar em armários, compor o painel da TV e a cabeceira da cama ou ainda dar origem a uma meia parede na sala, que abraça o sofá”, sugere a especialista.
Segundo ela, a dica é olhar ao redor e refletir sobre onde esse elemento deixaria o espaço mais atraente. “Uma ideia bacana é brincar com cores, de modo que o lambri ressalte o que for colocado à frente dele. Também gosto de usar o pínus, madeira de reflorestamento que tem um visual bonito e está súper em alta”, conclui Júlia.