As varandas se transformaram em parte essencial dos projetos residenciais. Integrada com os demais ambientes da área social ou mesmo cumprindo a função de algum desses cômodos, ela se tornou aquele local que nos faz um convite para espairecer, ter momentos de lazer e responde como ponto de encontro para amigos e familiares, deixando-os mais à vontade.
Por conta disso, este espaço merece igual atenção na especificação dos revestimentos empregados para revestir paredes e pisos. “Os materiais devem considerar requisitos como resistência, funcionalidade, além de combinar com a proposta de decoração. Tudo precisa ser muito agradável”, ressalta a arquiteta Isabella Nalon, à frente do escritório que leva o seu nome.
Como cada vez mais a varanda tem se configurado como continuidade do interior da casa, um ponto destacado por ela é a preocupação de trabalhar os revestimentos de forma a proporcionar a ideia de extensão.
Todavia, em contraponto com o senso de harmonia entre os ambientes, o revestimento eleito da varanda também pode contrastar com a paleta adotada nos ambientes que se conectam a ela, evidenciando um projeto de personalidade e singularidade. Confira as dicas relacionadas pela arquiteta para escolher os revestimentos ideais para cada perfil de varanda.
Como a varanda será usada?
Antes de bater o martelo para a compra do produto, é preciso avaliar como a varanda será usada pelos moradores. Se o intuito é receber um número expressivo de convidados, e com uma certa frequência, o piso demandará resistência para suportar o peso dos móveis e o fluxo de circulação das pessoas.
Em varandas que recebem constantemente a incidência de luz natural e chuva, revestimentos antiderrapantes e de fácil limpeza são essenciais para não acumular marcas e manchas. “Junto com esses fatores, a recomendação é sempre optar por peças que cumpram além da função. O revestimento deve trazer beleza para a varanda”, relaciona Isabella Nalon.
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Espaços descobertos
Em varandas ao ar livre, pedras naturais e placas cimentícias são muito interessantes, desde que tratadas de forma adequada para não encardir rapidamente. “Gosto muito de trabalhar com plaquetas de tijolo, dando um ar mais rústico para a varanda.
Além do tijolinho em si, nas paredes podemos também executar com plaquetas cerâmicas, que nos propiciam um leque muito grande de cores e acabamentos. Sempre escolho de acordo com o estilo da residência e do morador”, comenta a arquiteta.
Áreas cobertas
Em ambientes com cobertura, mas que recebem a incidência do Sol e chuva – caso de apartamentos que não contam com o fechamento de vidro na sacada –, a arquiteta expõe sua preferência por revestimentos próprios para a área externa. Aliado com esse critério, a limpeza facilitada não pode ser deixada em segundo plano.
“Além da resistência, o material perfeito para uma varanda gourmet com churrasqueira, no meu ponto de vista, é aquele que não encarde e não é poroso. Levando em consideração que esta varanda estará exposta a pingos de gordura e queda de bebidas, como refrigerante e vinho, esses incidentes não podem deixar marcas eternas”, alerta.
Varandas grandes e pequenas
Em espaços com dimensões maiores, é possível ter um projeto mais minimalista e com amplos espaços dedicados à circulação entre os móveis. Na paginação do piso, pode-se trabalhar com peças de grandes formatos, que otimizam o assentamento, resultando em um local clean e com menor volume de rejuntamento.
Entre as escolhas, o porcelanato é um dos preferidos em função da variedade de tamanhos, acabamentos e estampas, além de contribuírem para a sensação de amplitude. “Principalmente no piso, simular a aplicação dos materiais é um meio muito eficaz para vermos como os recortes serão feitos. Nesse processo, sempre encontramos a melhor solução”, sugere Isabella.
De acordo com a profissional, a aparência do ladrilho hidráulico – ou o próprio material em si –, é muito bem-vindo em varandas de quaisquer tamanhos. “E quando a opção for pelo ladrilho hidráulico original, não basta apenas realizar o seu assentamento. É preciso realizar o processo de impermeabilização para garantir sua resistência”, completa.
Ambientes gourmet
Já nos ambientes gourmet, é preciso rever as necessidades dos moradores, fazendo um mix entre beleza e funcionalidade nos revestimentos. Para Isabella, o conselho é não usar materiais que mancham e não são resistentes.
O porcelanato é novamente uma excelente decisão, pois além de evocar diversos efeitos de acabamento, é um caminho certo para a limpeza e manutenção no pós utilização. “Na inviabilidade financeira de investir no porcelanato, uma alternativa são materiais mais rústicos, como o cimento queimado ou tijolo, que também oferecem efeitos incríveis e costumam ser mais em conta”, pondera Isabella.
As altas temperaturas que acontecem na churrasqueira e seu entorno pedem por tijolos refratários ou o ultracompacto, um material com uma nova tecnologia e resistente às altas temperaturas. Quando o vidro está próximo, fazendo uma divisão da bancada com a churrasqueira ou no caso das sacadas e das portas que integram a varanda com o estar, vale considerar vidros temperados podem contribuir para acidentes no futuro.
Tons amadeirados na varanda gourmet
Na reforma deste espaço, que antes não era utilizado pelos moradores, a arquiteta apostou em um décor muito aconchegante. Na paleta de cores, os tons naturais e o amadeirado complementam a paleta neutra presentes na sala de estar e acessada por meio das portas de correr que separam os ambientes.
Na área da churrasqueira, a mescla das pastilhas de cerâmica, com seu gradiente de marrom e bege, destaca a área tão importante para o preparo das carnes. No piso, o porcelanato amadeirado compõe com o MDF presente nos armários e no ‘L’ que complementa a mesa no entorno da bancada de quartzo.