Localizado no Leblon (bairro na zona sul do Rio de Janeiro), este apartamento de 225 m² pertence ao mesmo casal – ambos na faixa dos 70 anos – desde a construção do prédio, na década de 1970: ela é galerista de arte e ele foi executivo do mercado financeiro.
Como os filhos já haviam saído de casa há bastante tempo, eles queriam reformular totalmente a ala íntima do imóvel (composta originalmente de uma suíte e dois quartos, totalizando 80 m²) para dispor de espaços mais úteis no dia a dia, como um escritório, uma sala de tv com adega, um closet no próprio quarto do casal e banheiros renovados.
Para esta missão, entraram em cena os arquitetos Maurício Magarão e Alice Lindenberg, do escritório Magarão + Lindenberg Arquitetura, que já eram conhecidos da cliente há bastante tempo devido ao relacionamento profissional do escritório com a galeria de arte dela.
“Eles queriam ter muito espaço de armários, conforto para ver TV sozinhos ou com os netos, além de banheiros claros e clean, pois os antigos tinham materiais escuros. Eles também pediram ao escritório para encaixar no projeto duas adegas grandes que já possuíam”, conta Maurício.
Para atender à lista de pedidos, os arquitetos fizeram uma intervenção total nas alvenarias de toda a área íntima. Um quarto foi incorporado à pequena sala íntima existente para criar, por exemplo, uma sala bem maior, com TV e duas adegas.
O espaço de outro quarto foi usado para criar o escritório, que agora se comunica com a sala íntima através de uma porta de correr. Já na suíte do quarto do casal, o banheiro original foi reduzido para criar um closet que não existia na planta e era um desejo antigo da cliente.
No que se refere à decoração, que segue um estilo brasileiro contemporâneo, elegante e relaxado ao mesmo tempo, praticamente todo o mobiliário é novo, à exceção da cadeira do escritório, que é peça de estimação do cliente.
Já os objetos, livros e obras de arte foram integralmente aproveitados do acervo da cliente, com direito a obras de artistas consagrados, como Abraham Palatnik, Frans Krajcberg, Chiara Banfi, Angelo Venosa, Daniel Senise e Gonçalo Ivo.
“Privilegiamos o mobiliário brasileiro contemporâneo, que é uma de nossas paixões. Destaque para a chaise Pitu, de Aristeu Pires, que é uma aula de ergonomia e conforto, e também para as poltronas Anel 80’s, de Ricardo Fasanello, icônicas do design brasileiro dos anos 80”, informa Alice.
No que se refere à paleta de cores e materiais de acabamento, os arquitetos optaram pelo uso intensivo da madeira natural, tanto no piso como nas marcenarias. A madeira utilizada foi a Peroba-do-Campo, que no piso entrou em réguas de larguras variadas e na marcenaria em ripas finas, camuflando as portas de armários.
Para complementar a madeira, foram escolhidos tons neutros e claros nas paredes e no mobiliário para criar uma sensação de harmonia e conforto.
“Este apartamento foi comprado na planta nos anos 1970 e, na época, o projeto de interiores foi feito pela grande arquiteta Janete Costa, que era muito amiga do casal. Ficamos muito honrados com a oportunidade de dar continuidade à essa história”, revela Alice.
“Nosso maior desafio neste projeto foi prazo bastante desafiador, pois tínhamos uma grande intervenção a fazer e os clientes saíram do imóvel por um tempo pré-determinado de quatro meses e meio”, finaliza Maurício.
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