O escritório Très Arquitetura já havia realizado uma reforma neste apartamento de 210m², localizado no Itaim, em São Paulo, há 9 anos. Original da década de 90, o imóvel foi inteiramente reformado para um jovem casal que iria se casar e se mudar para o primeiro lar.
“Sete anos depois, eles chamaram a gente para fazer uma adequação parcial nesse apê que a gente tinha feito, porque eles estavam grávidos da segunda filha e eles gostariam de fazer um quartinho para a filha mais velha, desabilitar o antigo escritório, e mexer um pouco na configuração do living”, contam os arquitetos.
Essa segunda mudança, embora parcial, tratou-se de uma reforma grande. Com a chegada da segunda filha, os moradores queriam dar de presente para a filha mais velha um quartinho bem legal.
“Ela ainda dormia no berço e passou para a caminha, então a gente fez um quarto já pensando num quarto de mocinha, com uma bancada de estudos, um lugar bem bacana para guardar os brinquedos… Então a gente fez uma marcenaria planejada toda sob medida, onde a gente já deixou projetada uma bancada de estudos com altura de adulto e, embaixo, a gente colocou umas caixinhas de rodízio para guardar os brinquedos e que tivesse fácil acesso para ela puxar, brincar e guardar os brinquedos sozinha”, explicam.
O quarto tem um lambri de marcenaria que dá a volta nas quatro paredes e, em um dos lados, foi acoplada uma estante de livros. Do outro, o lambri faz a cabeceira da cama de madeira com gavetões, que também foi desenhada pelos arquitetos.
A paleta do ambiente foi em tons de rosa – uma mistura inusitada entre um tom de rosa seco com uma cor de coral bem viva e alegre.
“Trabalhamos também com dois papéis de parede diferentes. Na esquina da janela com a cabeceira da cama há um papel de parede de bolinhas e, do outro lado, a gente tem um papel de parede rosinha”, contam os profissionais.
Na sala, a grande intenção era criar um living com dois ambientes. No primeiro projeto, havia um grande living que servia como living e home theater, mas os moradores sentiam muita falta de ter um espaço único, mas com mais possibilidades.
“Então a gente acabou bolando um layout integrado, mas a gente trabalhou um sofá box do Jader Almeida, super bacana, que vira para os dois lados. Ele vira para o lado do living, criando uma conversação bem bacana com as duas poltronas, e para o outro lado, vira para a marcenaria, onde a gente colocou uma televisão e criou uma sala de TV”, explicam.
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Os moradores tinham também a intenção de ter um espaço de trabalho nessa sala. Por isso, junto com a marcenaria do living, foi desenhada uma bancada de pedra onde se colocou uma poltrona confortável – a poltrona Sênior do Jorge Zalszupin, –, mas que não tem cara de escritório.
Ou seja: quando estiver recebendo visitas, o casal pode puxá-la e criar uma conversação mais interessante com mais um lugar para sentar.
Além disso, os arquitetos criaram uma caixinha de madeira cuja ideia é tornar a bancada uma bancada-bar. A caixinha tem uma tampa que levanta e é um lugar onde os moradores poderiam deixar as bebidas, servir de apoio para servir uns petiscos ou, eventualmente, sobremesas.
“A gente desenhou uma marcenaria toda muito clara, a ideia desse apartamento é que ele fosse muito aconchegante. Temos um piso de madeira, clarinho, com a marcenaria toda desenhada em carvalho americano branco, com uma laca off white bem suave e o teto de madeira também, que é um elemento bem importante pro conceito do projeto”, contam os arquitetos.
É um teto de madeira ripado, que faz toda a área social e entra na área íntima. A madeira Tauari com ripinhas de três centímetros foi utilizada, trazendo bastante aconchego pro apartamento. A cor clara do revestimento evitou que o décor ficasse muito pesado, apesar da opção pela madeira.
Os profissionais preferiram utilizar iluminação indireta e evitaram utilizar iluminação embutida devido ao forro bonito de madeira. Eles trabalharam bastante com sancas e com luminárias decorativas, além de apoios de luminárias de piso, abajures, responsáveis também por criar um ambiente aconchegante e gostoso.
“Na sala de jantar e no lounge, demos uma repaginada nos tecidos do mobiliário. Trocamos a mesa de centro para uniformizar essa linguagem com o home”, dizem.
Apesar de pequena e fechada, a varanda tinha a intenção de ter, mesmo, a cara de uma varanda. Por isso, os arquitetos desenharam um banco de madeira despojado com paisagismo bem verde.
“Os tecidos permeiam uma paleta de linho natural, cru, onde a gente tem tons muito claros e onde a gente busca brincar e trazer a diferença nos tecidos, nas tramas”, finalizam.
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