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Casa em Goiânia tem jardim cheio de árvores e pássaros raros

Com aberturas grandes na face sul e pequenas na fachada norte, casa em Goiânia conquista frescor

Por Por Mayra Navarro (visual) e Silvia Gomez (texto) | Projeto Bretones & Carvalho Arquitetura | Fotos André Klotz
Atualizado em 19 jan 2017, 15h51 - Publicado em 14 ago 2013, 22h31

É preciso um pouco de sorte para conhecer o udude-coroa-azul, pássaro de cauda longa, raro de ver, principalmente no cerrado. Mas, outro dia, um deles apareceu na casa de 505 m² de Victor e Marina, localizada num condomínio fechado nas bordas de Goiânia. “Também já avistamos tucano, siriema e araponga”, conta Victor. Os vizinhos ilustres moram depois do jardim, numa grande reserva ambiental pertencente ao condomínio.

“Os fundos do lote de 1250 m²  dão para essa mata, a cidade ao longe. Para não desperdiçar tal contato, o projeto ocupou ao máximo a largura de 27 m do terreno, o que deixou sobrar mais área verde atrás”, explica o arquiteto Frederico Bretones, autor da obra em parceria com Roberto Carvalho. Tudo então se mistura num grande quintal, com piscina, árvores, gramado. E, claro, a residência se volta inteiramente para ele. “Abri todos os ambientes para os fundos – não apenas por causa da paisagem mas também para evitar que a construção ficasse devassada para os imóveis laterais”, continua Frederico. Assim, as salas de estar, jantar e TV, no andar de baixo, e os quartos, em cima, são fechados com grandes portas de vidro, protegidas por varandas. Como estão na face sul, não correm o risco de virar uma estufa. A fachada norte, onde bate mais sol, é a da frente. “Daí sua composição praticamente vedada, para evitar o calor excessivo, já que Goiânia tem temperaturas elevadas quase o ano todo.” São janelas pequenas, de cômodos secundários, como banheiro e saleta íntima. “Essas janelas foram pensadas de forma a criar um jogo gráfico, reforçado pelo traçado dos frisos de alumínio que cortam a superfície texturizada.” Da mesma maneira, a garagem surge num volume avançado, à esquerda. Já no outro lado, a casa parece solta do chão. “Ao olhar a frente, você tem a impressão de que ela está suspensa, o que traz leveza ao conjunto. Isso acontece porque o terreno é inclinado à direita e para os fundos, e a estrutura de pilares fica bem ali, no plano desse deck externo, que surge em balanço.” Uma espécie de moldura, revestida por dentro de ipê, arremata o visual da caixa retangular. Porém não se trata somente de uma solução estética: funciona também como beiral, oferecendo sombra para quem chega. Ou abrigo quando chove. A tantas linhas retas, se opõem o apelo quente da madeira e dos tons de marrom. São eles que fazem da morada um lugar acolhedor e convidativo – até mesmo para os pássaros. “Todos os dias, às 6 horas da manhã, eles pousam no guarda-corpo da varanda dos quartos e ficam bicando o metal”, conta o proprietário, Victor. Devem ter combinado: é hora de acordar, viver a boa vida no cerrado.

 

Suave descida

A construção se esparrama em patamares, seguindo o terreno inclinado em direção aos fundos: estar, varanda, deck e, por último, piscina. Em cima, uma passarela isola a suíte do casal dos quartos dos filhos.

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Área: 505 m²; Projeto de fundação: Geometria Fundações; Estrutura de concreto: Avila Engenharia; Estrutura Metálica: M&K estruturas metálicas; Projeto de hidráulica: Hidrante Engenharia; Projeto de Elétrica: Automatize residências inteligentes; Design de interiores: Camille Del’Buono e Larissa Maffra.

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