Casa de 268 m² em terreno triangular possui duas partes com usos distintos
O projeto do Studio Porto é composto por duas naves independentes: uma delas é destinada ao convívio íntimo, enquanto a outra acomodar as demais funções
Para a morada contemporânea cravada no Triângulo Mineiro, o escritório Studio Porto teve como desafio acomodar o projeto em terreno de formato triangular e com leve declive a partir da rua. Os clientes queriam uma casa composta por duas naves independentes, cada uma com usos distintos e bem definidos.
Uma delas seria destinada ao convívio íntimo, enquanto a outra acomodaria as demais funções, tudo de modo a permitir uma conexão fluida, já que os moradores gostam de receber confortavelmente familiares e amigos em casa.
Além desse desejo, os proprietários também solicitaram a ênfase na valorização do pôr do sol, o uso de matérias-primas e elementos da natureza, a presença de luz e da ventilação naturais, bem como a inclusão de espaços verdes.
A partir desse briefing, o layout seguiu compartimentado em duas naves independentes. Uma das naves abriga a área de serviço e a cozinha, que é envolvida por portas-camarão. Quando fechadas, elas formam um cubo de madeira, criando uma atmosfera agradável e íntima.
Quando as portas estão abertas, a cozinha se integra ao living e à área de lazer. Também foram utilizados painéis de madeira para revestir as paredes no living, trazendo conforto e camuflando as portas de acesso ao lavabo, home cinema e setor íntimo – o que deu um certo charme à transição espacial.
“Ao concentrar as áreas molhadas nas extremidades da residência, otimizamos o fluxo interno, facilitando o acesso aos banheiros, lavabos e áreas de serviço. Essa abordagem garante privacidade para a área íntima e integra harmoniosamente os espaços sociais, de lazer e serviços, proporcionando uma vivência mais fluida e intuitiva para os moradores”, ressalta a arquiteta Camila Porto.
Pedras brasileiras, como granito Cinza Castelo e o mármore Espírito Santo foram as pedidas da vez para revestirem os banhos e a sauna.
A narrativa de interiores absorveu sofá e tapete orgânicos, apoiado em paleta terrosa da coleção MAAD Collection Micasa. O projeto também valoriza móveis de expoentes do desenho autoral brasileiro, a exemplo de Sergio Rodrigues, Zanini de Zanine, Jader Almeida, Jacqueline Terpins, Guilherme Wentz e Carol Gay. Além de desfilar marcas expressivas do design internacional como Seletti, Kartell, Charles Eames, Patricia Urquiola e Zaha Hadid e acessórios de memória afetiva pinçados no acervo da família.
O rooftop funciona como uma expansão da área de lazer e pode ser acessado por uma escada de aço circular externa. Esse espaço oferece vistas panorâmicas perfeitas para os momentos de relaxamento e apreciação da natureza.
Desde o princípio, os moradores optaram por um estilo contemporâneo e escolheram um sistema construtivo com estrutura metálica. A arquitetura valorizou e destacou o aspecto do metal, que expressa leveza e minimalismo, desempenhando um papel fundamental no conceito da casa.
A estrutura metálica se destaca por criar uma identidade singular para o projeto. As fachadas foram sutilmente contornadas por ela, criando uma unidade e uma identidade marcante. A escolha dos materiais foi fundamental para desenvolver uma base leve, como a utilização do telhado Alwitra, que resultou em uma carga reduzida e, consequentemente, em uma estrutura menos robusta.
O paisagismo agregou espécies tropicais para criar um microclima que torna os espaços mais confortáveis e arejados. Vale ressaltar que a posição dos jardins foi estrategicamente escolhida com o objetivo de valorizar a luz natural nos interiores.
“A geometria da casa expressa intrinsecamente sua beleza. À noite, a iluminação interna cria um delicado efeito de “lanterna” na parte superior, conferindo uma aparência discreta de flutuação à cobertura da nave social. Além disso, a reflexão da luz em sua fachada minimalista cria quadros vivos e naturais, enriquecendo a experiência sensorial da residência”, explica.
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