Casa de 153 m² se camufla em meio à natureza do litoral paulista
No projeto assinado por Daniel Fromer, a piscina parece flutuar no meio da mata. Os interiores são de Julyana Bortolotto
Com o desejo de ter um anexo em um terreno vizinho à casa da família para que, principalmente filhos e netos pudessem ter mais tempo de qualidade junto aos pais e avós, esta casa de 153 m², localizada em Iporanga, Guarujá, litoral sul de São Paulo, é envolta por muita natureza e leva a assinatura do escritório Daniel Fromer & Arquitetos, que buscou criar uma relação de coexistência entre a arquitetura proposta e o encantador ecossistema que basicamente “camufla” a casa.
Outro ponto de partida para este projeto era uma piscina – já que a casa principal não contava com uma -, que foi implantada no terreno com o menor ponto de apoio possível, trazendo a sensação de “flutuar” à beira da casa.
O acesso é realizado através de uma ponte que se conecta com a rua, e dá em um hall que distribui as circulações da casa. Por um percurso que possui um certo ar de mistério que somete um local cercado por muito arvoredo possui, chega-se a um local de menor dimensão e à medida que se chega à parte inferior, os visuais vão aumentando gradativamente e a mata nativa da região pode ser apreciada em toda sua grandiosidade e frescor.
Uma das preocupações do arquiteto era causar o menor impacto ambiental possível, buscando intervenções mínimas no local, representando, assim, um complemento à natureza, de forma simbiótica, de forma responsável e buscando a sensação da casa estar “brotando” no meio do terreno verde.
O grande desafio foi executar o projeto em um terreno de grande declividade e com uma mancha na ocupação, dificuldades das quais influenciaram na implantação da arquitetura e impuseram um programa mais enxuto.
Outros detalhes tornam a casa mais incorporada à natureza, como espaços envidraçados que conectam o imóvel ao exterior verde. Aqui, a solução encontrada foi integrar ambientes como a sala-varanda, ampliar os visuais para a parte de fora, privilegiando a conexão com as grandes árvores do local e contribuindo para a sensação de tranquilidade e frescor que a proximidade à natureza oferece.
No embasamento foram utilizados materiais como o concreto e pedra, mais resistentes para o momento construtivo. Nesse mesmo espaço, foram propostas grandes aberturas para dar equilíbrio e conectar os ambientes externos e internos da casa.
–Na parte superior, foram utilizados materiais mais leves, principalmente madeira nos pisos e nos revestimentos, assim como para a estrutura (MLC), possibilitando uma construção mais rápida e limpa.
Para não prejudicar a vista da vizinhança, o recurso encontrado foi implantar uma cobertura plana que conta com um meio de escoamento das águas feito com uma única calha principal, com uma saída em gárgula, a fim de diminuir os conectores e evitar possíveis problemas com folhas.
O paisagismo, realizado por Rodrigo Oliveira, privilegiou a manutenção e a preservação da mata já existente ao redor do imóvel, ao utilizar exclusivamente espécies nativas do local, o que aumentou a sensação que as plantas já pertenciam à casa.
Para que a casa estivesse sempre clara, o projeto de iluminação, feito pelo escritório LUX, privilegiou a iluminação indireta refletida nos materiais que foram propostos pela arquitetura, como pedra e madeira, oferecendo maior aconchego em todos os cômodos. As grandes aberturas e janelas garantem iluminação natural, que percorre todos os ambientes de forma contínua.
O projeto de interiores de Julyana Bortolotto, trouxe grande sensibilidade aos espaços para que pudessem oferecer aconchego e calmaria em uma casa conectada à natureza, uma vez que os materiais naturais utilizados na parte externa da casa, como a madeira e as pedras, também estão presentes no interior da casa.
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