Armário mimetizado em painel de marcenaria vira rouparia em apê de 70 m²
O desafio do arquiteto Rafael Ramos era renovar a parte elétrica, hidráulica e criar uma decoração jovem, visualmente leve e fresca.
O casal de moradores já estavam há alguns anos neste apartamento de 70 m², em Botafogo (RJ). Como adoram a região e não queriam abrir mão da vista do Morro Pão-de-açúcar em todos os cômodos, no alto do 14º andar, decidiram encomendar um projeto de reforma geral ao arquiteto Rafael Ramos.
“O apartamento apresentava muitos problemas por ser um imóvel feito em drywall e precisava de bastante manutenção, inclusive nas instalações elétricas e hidráulicas, além de novos acabamentos”, conta ele.
Segundo o arquiteto, o casal pediu um projeto jovem, visualmente leve e “fresco”, para ressignificar o apartamento e ter a sensação de casa nova, além de muitas soluções em marcenarias para otimizar os espaços.
Entre as principais alterações na planta do imóvel, a cozinha e a sala, antes separadas por alvenaria, foram integradas, não só para modernizar o layout como também para ganhar amplitude e mais luz natural.
O antigo lavabo, que era usado como depósito e ocupava um espaço desnecessário, também foi demolido e um novo local de armazenamento foi criado no corredor dos quartos através de um armário mimetizado no painel de marcenaria, com função de rouparia. Além disso, todas as paredes de drywall foram eliminadas por mau estado de conservação, dando lugar a novas com isolamento térmico e acústico e reforço interno para receber as novas marcenarias.
No geral, o conceito do projeto buscou criar um apartamento contemporâneo, funcional, neutro e claro, lançando mão de cores e materiais conectados com a paisagem externa para não tirar o protagonismo da vista do mar e do Morro Pão-de-Açúcar.
Na decoração, de estilo contemporâneo cozy, é tudo novo. “Os clientes queriam retornar para casa apenas com a roupa do corpo, inaugurando, assim, uma nova fase e um jeito diferente de viver o dia a dia a dois”, conta Rafael. Entre os móveis de design assinado, o arquiteto destaca os banquinhos pretos Caique (de Felipe Madeira), as cadeiras de jantar metálicas Ângulo (do Estúdio Few) e a cadeira nude Sal (de Vinicius Siega). “Priorizamos peças atemporais, como o sofá da Breton, para destacar as soluções em marcenaria, com acabamento em ipê natural”, diz Rafael. Pelo mesmo motivo, as obras de arte têm uma estética mais neutra, como o par de quadros off white (no quarto do casal), da artista Clarissa de Bem.
A neutralidade e atemporalidade também estão presentes no piso de porcelanato cinza, nas paredes pintadas de branco, nas marcenarias ora em ipê natural ora em laca branca, nas bancadas de quartzo branco e nas portas de correr com esquadrias amadeiradas e vidro canelado.
Na sala de estar com tv, a cereja do bolo é, sem dúvida, o móvel suspenso de marcenaria desenhado pelo arquiteto (com portas ripadas vazadas para esconder os equipamentos de áudio e vídeo) e as prateleiras brancas “flutuantes” (com borda chanfrada), enquadrados pelo “chapéu” amadeirado, preso ao teto. “Além da funcionalidade, esta solução acrescenta charme, personalidade e sofisticação ao ambiente”, avalia Rafael.
Já na cozinha aberta para a sala, o destaque fica por conta da mesa de jantar retangular (também desenhada pelo arquiteto), com interior em ipê natural e exterior em quartzo branco. Por fim, no hall íntimo, foi criado o “cantinho” do escritório, delimitado, de um lado, pelo pilar estrutural e, do outro, por portas de correr piso-teto.
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