Alguns clientes fazem pedidos específicos, mas, no caso deste apartamento de 85 m² em Ipanema (RJ), a cliente fez uma solicitação inusitada e desafiadora: que o projeto obedecesse às cores dos chacras. O imóvel foi feito para um casal e a esposa é psicóloga e pratica medicina Ayuveda, a tradicional medicina indiana.
Estudiosa no assunto e adepta dessa filosofia de vida, ela solicitou às arquitetas Evangelina Campos e Ju Olivetti, do escritório Campos & Olivetti Arquitetura, um projeto que promovesse equilíbrio e vitalidade.
“O desafio aqui foi usar todas as cores, que são em tons vibrantes e cheios de vida, de forma harmônica para um projeto de interiores e ainda assim seguir a filosofia seguida por nossa cliente”, diz Evangelina.
De acordo com a cliente, as cores do chakra no corpo humano começam na parte inferior e seguem até o topo. “A entrada do apartamento, que nesse caso é pela sala, funciona como a base da coluna – que seria a porta para a entrada do equilíbrio – e deveria ter as cores vermelha e amarela“, explica.
Nos demais ambientes, as cores a serem usadas ainda seriam: laranja, verde, azul e violeta. “Para harmonizar as cores distintas, projetamos uma marcenaria na sala que seria o ‘carro chefe’, onde o amarelo pudesse aparecer em destaque logo para quem entra e o vermelho fosse pontuado nas poltronas e nas almofadas, em conjunto com o laranja, que aparece em uma das paredes e utensílios da cozinha, totalmente integrada à sala“, explica Ju Olivetti.
No quarto de meditação e escritório, a cor verde, requisitada pela cliente foi pintada em forma de pirâmide e segue o formato da estante.
Já no quarto de hóspedes, a cama precisava ter um local próprio para ser posicionada para uma melhor captação de energia: instalada com a cabeceira voltada para o mar, a parede de fundo recebeu a cor violeta, obedecendo a ordem dos chakras. O banheiro da suíte, com tons de azul e branco, harmoniza com o mar à frente, de onde se tem total visão através de uma divisória de vidro.
Além do desafio das cores, as arquitetas precisaram atender, também, a algumas demandas pontuais dos clientes: na sala, logo na entrada, era necessária a instalação de um banco para que os moradores pudessem sentar para tirar os sapatos e guardá-los. E, para a instalação da TV, foi pedido que a mesma estivesse camuflada, pois a sala seria basicamente para o convívio e receber amigos e o aparelho teria uso eventual. “Projetamos um painel ripado, com portas de correr, que deixam o aparelho totalmente embutido”, finaliza Evangelina.
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