O verde do Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, se estende por mais de 96.87 hectares. Os visitantes, equipados com mapas e canetas, tentam não se perder por suas trilhas, vales e jardins. Intervenções artísticas e esculturas arquitetônicas dividem o cenário natural: de um lado, um labirinto de muros coloridos imponente; do outro, um iglu (em um país tropical!) branco cujo interior você só descobre se arriscando. São inúmeras obras, entre exposições permanentes e temporárias, reunidas no maior centro de arte ao ar livre da América Latina.
A natureza e a arte se misturam em uma paleta de cores surpreendente. Vem conhecer um pouquinho dela conosco?
VERMELHO
É impossível pensar na cor vermelha sem lembrar, imediatamente, da instalação de Cildo Meireles. Sua arte conceitual ocupa, em especial, três salas com o trabalho Desvio para o vermelho: impregnação, entorno, desvio.
Neste ambiente, a cor deixa de ser apenas cor para impregnar cada móvel e acessório, se tornando completamente palpável. A origem da metáfora fica a cargo do espectador: trata-se de sangue ou amor?
MARROM
A obra de Carlos Garaicoa é uma das mais dramáticas de Inhotim. Ahora juguemos a desaparecer (II) mistura uma projeção em vídeo à escuridão e velas para representar a ruína do ambiente urbano durante a guerra.
Cada vela é um prédio em miniatura, alguns anônimos, outros representando monumentos mundiais — todos incendiando ao longo dos dias para depois serem substituídos, em um ciclo sem fim. A luz bruxuleante, amarelada, confere a dramatização necessária para tocar até o menos sensível dos visitantes.
BRANCO
Com óleo sobre alumínio e poliuretano, Adriana Varejão cria um jogo de luz e sombras que impressiona: os mais distraídos com certeza tentariam adentrar os corredores de O Colecionador, a maior pintura da série Saunas.
Sua paleta monocromática envolve uma escala de cinza focada no branco que dá continuidade perfeita à arquitetura do pavilhão, aproveitando os recorrentes azulejos da obra de Varejão.
AZUL
Em Blue Tango, Miguel Rio Branco reúne fotografias realizadas no bairro do Maciel, no Pelourinho, em Salvador.
As cenas de 1984 envolvem e parecem se mover, em uma luta de luz azulada que, quadro a quadro, se transforma em uma dança emocionante e expressiva.
PRETO E CINZA
A parceria de dois mineiros, Rivane Neueschwander e Cao Guimarães, resultou no incrível filme super 8 (passado para o digital) Word/World. Nele, somos colocados próximo à terra, na escala das formigas, vendo-as carregar o que, para elas, são cartazes.
Neles, estão escritos word e world, que traduzidas do inglês para o português significam “palavra” e “mundo”. A reflexão que fica é sobre o sentido da comunicação e a diferença de mundos — e como para nós, humanos, as palavras são lar.
VERDE
Seção Diagonal é uma obra de arte que ilude nossos olhos, resultado do trabalho esmerado de Marcius Galan com percepção, luz, e cor.
Uma simples linha diagonal divide uma parte da galeria, marcando o espaço de um campo de cor que confunde nossa percepção — uma sensação que precisa ser experimentada pessoalmente.
Há muito mais em Inhotim do que as nuances apresentadas, mas agora é com você: desbrave a imensidão desses jardins! A visita pode ser feita pessoalmente, ou, para matar a vontade mais rápido, pelo tour virtual do Google Arts & Culture.
Quantas obras que incluímos em nossos mosaicos você consegue identificar?