Projeto social reforma carroças de catadores de recicláveis

O Pimp My Carroça usa a arte e a criatividade em prol da autoestima e visibilidade de catadores de resíduos

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 17 fev 2020, 16h06 - Publicado em 17 Maio 2019, 16h30

O Pimp My Carroça é um projeto social e cultural que usa a arte e a participação coletiva para tirar catadores de resíduos da situação de invisibilidade. O projeto visa valorizar ainda mais o trabalho destas pessoas, que são responsáveis por reciclar 90% de todos os recicláveis produzidos no Brasil.

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(Divulgação/Casa.com.br)

O nome do projeto surgiu a partir de uma brincadeira com o “Pimp My Ride”, programa famoso da MTV no começo dos anos 2000, que transformava carros velhos e os “tunavam”, deixando com a cara do dono. “Nosso objetivo é deixar a carroça bem bonita, colorida e tunada”, diz João Bourroul, responsável pela comunicação do Pimp My Carroça.

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(Divulgação/Casa.com.br)

O projeto começou em 2007, idealizado por um dos principais nomes da street art no Brasil, o grafiteiro Mundano. O artista pintava frases e figuras emblemáticas nas carroças, a fim de causar impacto no público e chamar a atenção para catadores. “A ideia é chamar a atenção de quem está no trânsito e alertar os motoristas que catadores não atrapalham o trânsito, eles fazem um trabalho ambiental importante. Por isso as frases provocativas como ‘não buzine, dê bom dia’, fazem sucesso”, completa João.

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(Divulgação/Casa.com.br)
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Durante cinco anos, Mundano foi a única pessoa à frente do movimento. Em 2012, o Pimp passou por um financiamento coletivo e transformou dezenas de carroças durante a Virada Sustentável, em São Paulo. Além disso, atividades culturais e de bem-estar, como manicure, massagista, cabeleireiros e médicos foram oferecidas para os envolvidos no projeto.

O Pimp My Carroça criou categorias para organizar melhor a forma de ajudar catadores. O Pimpex, por exemplo, é uma iniciativa mais individualizada, onde qualquer pessoa pode participar. Basta encontrar um catador que precisa de uma reforma na carroça e entrar em contato com a ONG, que faz a divulgação do projeto através de um financiamento coletivo para comprar uma carroça nova, ou simplesmente reformar a que o catador já tem, convidando um grafiteiro para fazer a arte e entregando um kit de trabalho para garantir a segurança e praticidade no trabalho dos catadores.

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(Divulgação/Casa.com.br)

O Pimp Nossa Cooperativa, leva voluntários da ONG para cooperativas de materiais recicláveis, com iniciativas culturais e grafiteiros que passam o dia fazendo murais, tendo a sustentabilidade e reciclagem como base do trabalho.

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O Desafio Pimp é um programa mais voltado para empresas, que buscam a ONG e se colocam à disposição para auxiliar os catadores. Neste dia, os voluntários são divididos em equipes, lideradas por um catador, e passam uma tarde coletando materiais pelas ruas, conhecendo o dia a dia dos catadores.

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(Divulgação/Casa.com.br)

“O Desafio Pimp trabalha a empatia com o trabalho do catador, enquanto um puxa a carroça, o outro está coletando o material e outro pedindo água em botecos. As pessoas que participam do desafio nunca mais olham para catadores do mesmo jeito, pois sentem na pele a rotina de trabalho destas pessoas. Além disso, promovemos a educação ambiental, pois o catador explica o que é ou não reciclável. As pessoas entendem a importância do reuso e da diminuição de consumo”, completa João.

Além disso, existe o Cataki, um aplicativo que localiza catadores na região e os conecta com quem quer reciclar, gerando emprego e renda para quem precisa. (Saiba mais sobre o projeto aqui). O Pimp Educa leva catadores a escolas e universidades para fazerem uma palestra. “Eles são verdadeiros mestres, por isso os colocamos nessa posição de especialistas em reciclagem. É isso que eles são”, acrescenta João.

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(Evelyn Nogueira/Casa.com.br)

Por fim, as Ações Artivistas são causas pontuais sobre reciclagem, pautado por ideias criativas.

Hoje em dia, 1.678 catadores já foram atendidos, com a ajuda de 1.174 artistas e grafiteiros, além de 1.854 voluntários. O Pimp atua em 13 países e 48 cidades já foram impactadas com as ações.


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(Divulgação/CASACOR)
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