Como as cores podem influenciar o bem-estar no trabalho

Saiba como estimular a produtividade, realização de tarefas e tranquilidade

Por Luiza Cesar
Atualizado em 31 ago 2024, 18h44 - Publicado em 15 Maio 2021, 18h00

 

Dois escritórios e ampla área de receber caracterizam apê de 175 m². Projeto de Juliana Casadei. Na foto, home office com parede azul, prateleiras e quadros.
(Renato Navarro/Divulgação)

Você sabia que, em média, o brasileiro trabalha 1.737 horas por ano? Um total de 20% do tempo de vida de uma pessoa em 12 meses, segundo o Instituto Akatu em 2018. Seja em home office ou dentro de um escritório, existem maneiras de tornar o expediente mais prazeroso e menos cansativo. Afinal, ficar sentado por muito tempo em frente às telas pode ser extremamente cansativo, por que não amenizar este impacto?

Cores e layout flexível marcam projeto de escritório em Belo Horizonte. Projeto de Óbvio Arquitetura.
(Estúdio NY18/Casa.com.br)

De acordo com Petrus Raulino, psiquiatra e responsável pelos Serviços de Interconsulta em Psiquiatria do Hospital Vera Cruz e do Vera Cruz Casa de Saúde, diversas pesquisas apontam que a harmonia das cores, luminosidade e ambiente podem interferir na vitalidade mental e, consequentemente, na produtividade.

Casa de campo de 450 m² tem dois estúdios e vista para a natureza. Projeto de Geração Arquitetura. Na foto, escritório com toca-discos e bandeiras. Fliperama e parede roxa.
(Rafael Annaruamma /Casa.com.br)
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“Cada vez mais os trabalhadores fazem atividades mentais. A gente vive o que é chamado economia do conhecimento, que executa essas atividades mais do que as físicas. O profissional qualificado opera com muitos aspectos cognitivos, que exigem concentração, memória, velocidade de falar e agir (psicomotora) e a capacidade de executar várias atividades com várias etapas mentais. 

Quando o ambiente é pensado para trazer conforto para as pessoas, até mesmo o ergonômico, ajuda a não perder energia mental para manter a atenção”, explica Petrus.

Escritório com vista para o parque ganha projeto com toque futurista. Projeto Óbvio Arquitetura.
(Henrique Queiroga/Casa.com.br)

A Universidade da Califórnia produziu uma meta-análise em que o humor não patológico das pessoas foi avaliado. Em conclusão, existem três grupos de fatores que influenciam: os genéticos; eventos que não podemos controlar – luto, desemprego e doença na família, por exemplo; e tudo o que pode estar no controle de alguém – como praticar atividade física, possuir uma boa alimentação e sono regular.

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(Vanilla Fotografia/Casa.com.br)

O trabalho se encaixa no terceiro tópico, pois podemos escolher como é estruturado. Criar boas memórias de um lugar possibilita a experiência de estados mentais de relaxamento, paz e bem-estar – e isso só é possível com um espaço marcante e organizado. Estas circunstâncias permitem que os recursos intelectuais sejam direcionados com maior capacidade para a entrega de atividades. 

escritório instagramável Steal the Look Ana Rozenblit sala mesa cadeira escada madeira
(Rafael Renzo/Casa.com.br)

Como exemplo, um escritório de uma fabricante de tintas e vernizes desenvolvido pela AKMX seguiu os seguintes passos: em cada departamento da empresa, tonalidades e suas influências foram exploradas para potencializar a realização de tarefas. Para incentivar o lobo frontal, responsável pelo planejamento de ações e imaginação, como as atividades de criação, a cor roxa foi utilizada em áreas de brainstorm

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Apê de 73 m² tem marcenaria ebanizada e piso de porcelanato preto. Projeto de Studio Leandro Neves. Na foto, quarto, home office, mesa retrátil verde, tapete colorido.
(Luiza Schreier/Divulgação)

O azul foi o foco nos ambientes de staff e o verde nas salas de reuniões. Os dois tons ativam o córtex pré-frontal, ou seja, acessam a memória adquirida e retém a da tarefa executada. Mas o verde tem um propósito um pouco mais especial, ele estimula afeto e interação harmoniosa, uma vantagem para os locais de relações sociais.

Apê de 142 m² tem paleta elegante de preto e branco e layout integrado. Projeto de Boher Arquitetos. Na foto, home office com paredes roxas, mesa branca, cadeira roxa.
(Fellipe Lima/Casa.com.br)

As copas, café lounge e elevadores, por serem áreas de convivência e descompressão, foram cobertas por cores quentes para impulsionar comportamentos emocionais e instintivos. No café lounge, uma paleta mais ousada foi aplicada, com um degradê de amarelo e laranja, justamente por ser um local que proporciona uma pausa do trabalho.

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Microapê de 26 m² tem cozinha completa, home office e cantinho de café. Projeto de Go Up Arquitetura. Na foto, home office pequeno com mesa e cadeira branca, espelho, prateleira pequena.
(Robson Figueiredo/Casa.com.br)

Para ativar o sistema de recompensa, conjunto de três campos do cérebro – duas responsáveis pelo comportamento emocional e afetivo e o córtex pré-frontal, despertado quando uma ação prazerosa é executada – tons de branco e amarelo suave foram selecionados para espaços colaborativos e de trabalho em equipe. Sendo assim, ajuda na integração social e reflexão ao longo prazo, transformando a tarefa em uma ação agradável.

Um mural na parede mesclando azul, roxo, verde, amarelo e laranja também foi elaborado para os lugares em que clientes e visitantes passam momentos breves, como uma forma de expor a identidade da empresa.

Projeto de Bianca Da Hora. Na foto, home office com estante de marcenaria verde.
(Denilson Machado, MCA Estúdio/Casa.com.br)
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Todos os elementos utilizados neste projeto fazem parte da concepção de neuroarquitetura, um estudo do espaço físico e a influência no cérebro das pessoas. Os principais conceitos são: biofilia, conexão com a natureza – seja por plantas ou objetos naturais, como pisos de madeira -; user experience, fortalece a marca ao fixar de forma positiva aquele ambiente na memória de uma pessoa; e a neurociência das cores, que mostra como o cérebro se comporta com informações visuais. Junte todos esses aspectos e proponha um local de trabalho saudável para você e seus colaboradores.

 

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