Projeto de MBV Arquitetura.
Comer melhor, praticar exercícios, conversar mais com seus parentes e amigos: o começo do ano chega com o desejo de mudança! Porém, com a retomada da rotina, do trabalho e dos demais compromissos, às vezes os planos acabam ficando esquecidos. Mas, você sabia que os ambientes e a decoração podem interferir nos hábitos que as pessoas exercem no dia a dia?
Conforme as arquitetas Gabi Sartori e Priscilla Bencke, fundadoras da NEUROARQ® Academy, os espaços físicos são uma ferramenta que influencia na execução de diversos hábitos diários, sejam eles benéficos ou não.
Isso pode acontecer da escala pequena, como uma casa que pode interferir no comportamento de seus habitantes, de acordo com a disposição dos móveis e cômodos, bem como o uso de aromas, sons, diferentes tipos de iluminação, entre outras variáveis; até a escala macro, com as cidades influenciando na forma como as pessoas vivem nela.
Para interagir mais com a família
“A pessoa que vive em um lar que possui o mobiliário da sala de estar todo direcionado para a televisão, muito provavelmente vai ficar sentado vendo TV e se comunicando menos com os demais indivíduos que ocupam aquele ambiente.
Quando a gente entende que a organização dos espaços e os elementos que o compõem favorecem determinadas atividades, podemos nos propor a mudá-las”, explica Priscilla.
Segundo Gabi, nestes casos, pessoas que desejam ter mais interação familiar podem pensar em um mobiliário que seja redirecionado a outros campos de visão além da TV, ou poltronas que estejam posicionadas lado a lado ou frente a frente, incentivando o diálogo.
Confira mais dicas das especialistas de como tornar sua casa o lugar ideal para tirar do papel as resoluções que há muito tempo têm sido postergadas!
Composição da cozinha vs. alimentação
Você sabia que a ambientação da cozinha também pode influenciar na forma como as pessoas se alimentam?
De acordo com as especialistas, a disposição do cômodo pode interferir diretamente na alimentação, já que cozinhas muito fechadas, afastadas de outros cômodos ou que a pessoa fique muito tempo sozinha, podem induzir que a pessoa cozinhe rapidamente, optando por alimentos menos saudáveis.
Por outro lado, aquelas mais abertas e integradas podem incentivar uma alimentação mais saudável e feita com calma. A disposição dos alimentos também é algo crucial. Quando o objetivo dos pais é fazer com que os filhos comam mais frutas, é importante que elas estejam sempre à mostra, seja em cima de mesas ou em móveis dedicados, porém sempre expostos.
“Esse ano eu vou malhar!”
Essa é uma das principais metas de início de ano, e poucas pessoas sabem que a disposição dos cômodos também pode motivar ou desmotivar na realização das atividades físicas.
Conforme as especialistas, quando o objetivo das pessoas é caminhar mais, assim que chegam do trabalho, é importante que ao chegar em casa elas tenham um espaço logo na entrada para trocar de roupa, colocar um calçado confortável e sair para caminhar.
“O mesmo ocorre quando vamos meditar, temos que ter um lugar dedicado”, orienta Priscilla. “Se, toda vez que a pessoa for fazer sua meditação, a pessoa tiver que pensar em um ambiente confortável, com menos ruído e iluminação adequada, ela perderá a vontade.”
Nestes casos, o ideal é sempre ter um ambiente: um canto da casa que seja dedicado para sua meditação, nem que seja um cantinho silencioso, com uma iluminação natural e uma aromatização que incentive esse relaxamento.
Benefícios para além das casas
Segundo as especialistas, essas ideias simples de serem postas em prática no dia a dia podem ser utilizadas, inclusive em ambientes comerciais ou grandes empreendimentos.
As arquitetas explicam que condomínios que desejam utilizar na própria divulgação de marketing o fato de incluir dentro de suas dependências áreas de esporte, ciclovias, parques e áreas preservadas com vegetação, podem destacar os benefícios de o quanto os moradores estarão motivados a desenvolver hábitos mais saudáveis morando naquele lugar.
“Pessoas que vivem em bairros próximos a ciclovias ou parques, provavelmente terão mais vontade de caminhar ou andar de bicicleta do que uma pessoa que vive em uma área sem contato com a natureza”, finaliza Priscilla.