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3 formas para não depender do abastecimento público de água

A permacultura preza pelo respeito à água. Em sua sede brasileira, iniciativas com a captação da chuva, o tratamento do esgoto e o banheiro seco suprem toda a demanda da água utilizada na propriedade

Por Texto Manu Melo Franco / Fotos Hugo Ruax
Atualizado em 15 dez 2016, 12h11 - Publicado em 17 mar 2015, 21h54
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Termo usado para descrever o design e a manutenção de ecossistemas agrícolas com diversidade, estabilidade e resiliência, a permacultura busca a integração harmoniosa entre a paisagem e as pessoas, que são responsáveis por elaborar as próprias técnicas de produção de alimentos, energia e habitação. No Brasil, encontrou uma sede no Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (Ecocentro IPEC), fundado em 1998 em Pirenópolis, GO, por André Soares e Lucy Legan. Além de cursos para quem é de fora (em abril, haverá o de permacultura, design e consultoria – PDC), o núcleo procura materializar em nosso clima os modelos desenvolvidos por essa corrente. Entre os focos, a gestão da água – da captação à forma como volta ao meio ambiente – encontra alternativas para o consumo sem desperdício. Como isso acontece na prática? No Ecocentro IPEC, toda a demanda se supre com a chuva, o que dá à propriedade de 5 hectares certa independência em relação ao abastecimento público. Nos edifícios e moradias, calhas levam o volume capturado a grandes caixas de ferrocimento distribuídas ao longo do sítio. Já os banheiros secos, sem a descarga tradicional que conhecemos, implicam enorme economia diária. Trata-se todo o escoamento saído de cozinhas, chuveiros e pias pela tecnologia chamada biorremediação, caso do círculo de bananeiras. “Mesmo os lugares onde esse bem é suficiente podem não coletá-lo ou distribuí-lo com eficiência. Aqui, não devolvemos água suja ou contaminada à terra. Depois de limpa, nós a utilizamos, inclusive, na irrigação”, afirma a pedagoga australiana Lucy Legan.

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Círculo de bananeiras: a reciclagem das águas cinzas (de pias e chuveiros) consiste na criação de tanques sob a terra que atuam como sequência de fltros. À medida que passa por eles, o líquido vindo das residências é purificado pela ação biológica dos microorganismos e das plantas ao redor.

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Caixa-d’água de ferrocimento: o sistema armazena a água da chuva, a qual servirá nos períodos de estiagem. De baixo custo (leva tela metálica, areia e cimento) mas extremamente resistente, recebe por tubos de PVC o volume vindo das calhas de edificações próximas.

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Banheiro seco. Há dois vasos, e cada um corresponde a uma câmara. Ao passo que uma delas vai enchendo, a temperatura aumenta. Aí entram em ação os micro-organismos que decompõem os dejetos. Usa-se serragem no lugar da descarga para evitar odores, proteger contra os insetos e acelerar a compostagem.

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