Diversos mercados e negócios estão sendo afetados em decorrência da Covid-19. Isso todo mundo sabe. Porém, os mais afetados são sempre os pequenos negócios e, também, os artesãos, que vivem, muitos deles, apenas da venda de suas criações manuais.
Dado este cenário, a Yankatu, da designer Maria Fernanda Paes de Barros, criou o projeto social online “Artesãos do Brasil” para dar suporte aos artesãos das áreas mais remotas desse imenso Brasil. Sabendo que, cada mestre de uma região possui uma técnica e tradição única e rica, a intenção é conservar essa cultura viva e também manter a renda das famílias que dependem dessa venda.
“Com esta campanha, pretendemos aproximar os artesãos com os quais a Yankatu já trabalhou desde que nasceu, daqueles que se encantam com seus trabalhos e suas vidas e, como eu, não querem deixar estas tradições se perderem, afinal elas são parte importante da nossa cultura, trazem consigo parte da história da colonização brasileira, da mistura de crenças, cores, sons, aromas e sabores que deu origem ao povo brasileiro. Hoje, mais do que nunca, entendemos como uma atitude nossa pode afetar a vida de alguém do outro lado do planeta e que é preciso nos unirmos pois juntos somos mais fortes“, explica Maria Fernanda.
Para isso, foi criada uma campanha no Catarse onde há pacotes de valores diversos, que contemplam diferentes artesãos. Você escolhe seu pacote e envia um e-mail para contato@yankatu.com.br dizendo com qual artesão você gostaria de colaborar. Ele irá produzir sua peça e, assim que a quarentena acabar, colocará no correio para o endereço que você indicar.
A Yankatu vai funcionar apenas como uma ponte que irá ligar o apoiador aos artesãos. Os valores dos pacotes incluem o custo do trabalho artesanal, a porcentagem paga a plataforma Catar.se e aos impostos que incidem sobre as transações.
Conheça abaixo um pouco do trabalho e da história de cada artesão:
Zana Maria / Muzambinho / MG
Aprendeu a arte do fuxico com sua mãe quando menina e nunca mais parou. Pesquisou tecidos e acabamentos, transformou erros em acertos, criou peças incríveis que viraram exposição. Além disso cozinha que é uma maravilha e vende seus quitutes na feira orgânica da cidade.
Deuzani Gomes dos Santos / Vale do Jequitinhonha / MG
É mãe, artesã e poeta, trabalha na lavoura e ainda recebe hóspedes em casa para apresentar as belezas do Vale. Para dar vida a uma peça em cerâmica ela primeiro transforma a argila em pó, penera, mistura com água até dar o ponto e molda. Espera secar um pouco para pintar com tintas que ela mesma faz a partir do barro, plantas e pedras da região. Deixa secar mais um pouco e leva ao forno a lenha, que ela mesma construiu. O resultado é de uma delicadeza sem fim!
D. Lilia Fonseca / Tiradentes / MG
Dona Lilia faz as cruzes de papel crepom, tradicionais na cidade de Tiradentes, onde é comum vê-las enfeitando as fachadas das casas, pois acredita-se que assim Nossa Senhora as abençoará na madrugada do dia 3 de maio, quando se comemora o dia da Santa Cruz.
D. Maria Conceição de Paula / Tiradentes / MG
“Eu me chamo Maria da Conceição, aprendi a bordar quando criança, aos 9 anos. Fio a fio, fui descobrindo como o bordado não é só bordado, mas um emaranhado de linhas que envolve poesia, sentimentos, dúvidas, alegrias, tristezas… vida.” Dá para resistir?
Expedito Jonas de Jesus / Tiradentes / MG
As mãos hábeis de Expedito retiram os excessos da pedra, permitindo que apareça o que ela tem escondido dentro de si. Ele diz que “enxerga dentro da pedra aquilo que ela quer ser”, sem fazer nenhum desenho transforma pedras em esculturas de mulheres, em pequenas flores, animais e anjos. Ao lado dele a gente não consegue ficar sem sorrir!
Rondinelly Santos / Tiradentes / MG
Rondinelly dá vida à colheres em madeira maciça, que traduzem a essência do período Rococó brasileiro. Seu amor pela arte do entalhe transparece no seu sorriso, segundo ele “entalhar é como comer doce, a gente começa e não consegue parar”.
Antonio Julião / Prados / MG
Pássaros e outros animais são temas recorrentes no trabalho de S. Antonio Julião , ele transforma toras de madeira em obras de arte no interior de Minas Gerais. Essa arte corre no sangue da família, conhecida na região por suas peças belíssimas. As Esculturas, figuras, totens e bancos demoram 30, 45, 90 dias ou até seis meses para ficarem prontos, mas com certeza valem a pena a espera!
Artesãos da comunidade ribeirinha de Urucureá / PA
A palha de tucumã, uma palmeira típica da Floresta Amazônica, recebe tingimento natural e é trançada pelas hábeis mãos dos artesãos à sombra da mangueira às margens do rio Arapiuns, no Pará. Ancestralidade indígena que atravessa gerações!
Aldeia Kaupuna / Etnia Mehinako / Alto Xingu / MT
A palmeira buriti, também conhecida como árvore da vida, é quem fornece a matéria-prima para confecção de esteiras, cestos e redes. Sua palha é unida por meio da tecelagem com fios de algodão coloridos, criando grafismos tradicionais da etnia Mehinako.
Etnia Waiwai atraves da Lalah Amazonia
Lalah é guia turística em Alter do Chão, essa foi a forma que encontrou de poder contar as histórias do povo indígena a um maior numero de pessoas e também conseguir ajudá-los a divulgar e vender seu artesanato. Ela é amiga de mais de 30 etnias que confiam a ela suas criações.
Para ajudar e apoiar a campanha, clique aqui!