Tradicionalmente, a Bienal de Veneza lança um pequeno vídeo, produzido pela PLANE – SITE, para dar início à discussão sobre o tema da “Time Space Existence” (Existência no Tempo e Espaço, em português), uma exposição recorrente da Bienal. Nela, são apresentados vários projetos de arquitetura, fotografia, escultura e até mesmo trabalhos acadêmicos.
Em cada ano, um convidado célebre fala sobre seus processos criativos e sobre sua relação com a espacialidade e a temporalidade. Dentre os nomes já entrevistados estão Kengo Kuma, Fumihiko Maki e Tatiana Bilbao.
Neste ano, quem fala é o arquiteto catalão Ricardo Bofill. Acomodado na “la fábrica”, uma antiga fábrica de cimento, que é seu estúdio e residência há mais de 40 anos, ele explica como começou sua trajetória na arquitetura e, é claro, as relações entre espaço e tempo.
Ao seu ver, o espaço é uma fonte de prazer, assim como a música e a arte. Para que o arquiteto não fique preso ao seu próprio ponto de vista, ele precisa considerar a temporalidade. Assim, ele pode criar no movimento e conceber o prazer no espaço.
Outro aspecto que aborda é a noção das escalas. Bofill conta que aprendeu a construir com o pai, mas que a verdadeira sabedoria do arquiteto é conseguir trabalhar com escalas grandes e pequenas. Segundo ele, é necessário transitar entre elas sem ser pelo viés da multiplicação, ou seja, considerar as necessidades de cada projeto para sua escala e não simplesmente aumentar os prédios. “Se for uma multiplicação, será uma monumentalidade sem alma”.
Ele conta que as escalas e plantas precisam ser humanas e que o mais importante no relacionamento da arquitetura com as pessoas é a generosidade.
A 17ª Exposição Internacional de Arquitetura ocorrerá entre os dias 23 de maio e 29 de novembro de 2020 (com pré-abertura em 21 e 22 de maio), tendo como curador o arquiteto e estudioso Hashim Sarkis.
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