Como fazer um jardim no telhado (sobre telha de fibrocimento)

Conheça os ingredientes e o processo de construção de um jardim no telhado de telhas onduladas

Por Lara Muniz, Mayra Navarro Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 3 dez 2020, 16h44 - Publicado em 8 jan 2014, 14h55

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Os ingredientes

A ilustração mostra um corte da cobertura verde. Mas, para ter o seu jardim, é fundamental que você peça para um engenheiro ou arquiteto avaliar a carga que a cobertura suporta. Abaixo, os ingredientes utilizados pelos arquitetos do Superlimão Studio e os paisagistas do coletivo Sapu. Só com ajuda de um especialista você pode repetir a receita.

1) Telha de fibrocimento: a base, instalada da forma convencional, está apoiada e aparafusada diretamente sobre o madeiramento do telhado. Para evitar que as ondas se abrissem, peças de acrílico, colocadas no vão superior, agem como um tipo de barreira.

2) Tinta acrílica. A passagem da umidade do jardim até as telhas era uma preocupação séria, pois poderia inviabilizar o sistema. Resistente, a tinta acrílica foi a opção eleita para conferir cor e atuar como impermeabilizante nas duas faces das placas de fibrocimento.

3) Camadas de lona. Sobre a pintura, três folhas de lona cobrema superfície – a proteção poupouapenas o trecho das claraboias. o material,além de completamente imuneà passagem de água, é leve o bastantepara não prejudicar o projeto.

4) Conduítes de escoamento. Outro desafio: nivelar tudo. Acomodados sobre a parte mais funda das placas, os conduítes plásticos furados uniformizam a altura da base e servem como grandes avenidas para escoar o excesso de água.

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5) Manta geotêxtil. Disposta em cima dos tubos, impede que as raízes avancem além do limite. Cabe a ela também cuidar para que o substrato não se desfaça e escorra através dos drenos. Também aqui, os vãos das claraboias ficam de fora.

6) Substrato.No lugar de terra comum, que pesa muito e se compacta com o passar do tempo, entrou o substrato da SkyGarden. O projeto exigiu uma camada com apenas 6 cm de altura, suficiente para nutrir as espécies escolhidas.

7) Cobertura Verde.  As plantas eleitas – cinerária, grama esmeralda e lambari – obedecem a um regime de insolação e nutrição parecido. Assim, elas se manterão saudáveis e em equilíbrio, sem que uma interfira no desenvolvimento da outra.

8) Manutenção. No total, o jardim tem só 15 cm de altura e pesa cerca de 40 kg/m². Como o substrato oferece durabilidade superior a dez anos, sem necessidade de reposição, o único cuidado exigido são podas discretas quando as plantas estiverem muito irregulares.

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Passo-a-passo

Apesar de ter uma boa folga em relação à carga tolerada pela estrutura, este jardim não aceita o pisoteio. As telhas aguentam o peso dos jardineiros, mas oscilam um pouco, causando uma leve sensação de insegurança. Veja como ele foi feito

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Os conduítes furados são colocados sobre o fundo das placas. Eles nivelam a base e ajudam a água a escoar.

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Sobre as mantas, a terra é disposta, mas, claro, as clarabóias não podem ser cobertas pois elas levarão claridade para o ambiente interno, abaixo da cobertura.

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Os jardineiros fizeram o serviço caminhando com cuidado para não danificar a estrutura e quebrar as telhas.

Veja como ficou esse jardim 

Do galpão escuro que abrigava uma loja de colchões, pouca coisa sobrou além da estrutura de madeira e de parte das telhas. Manter a cobertura de fibrocimento, no entanto, requereria soluções para ganhar luz e, principalmente, conquistar conforto térmico.

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Ter raízes curtas foi o principal critério para eleger as espécies de planta. Elas teriam apenas 6 cm de profundidade para crescer. O coletivo Sapu escolheu o lambari, a grama-esmeralda e a cinerária para compor o patchwork de cores, que vão do roxo ao branco. O projeto faz parte da cobertura da Carbono Design, em São Paulo, contudo pode ser adaptado ao uso residencial.

O escritório paulistano Superlimão Studio e o coletivo de paisagistas Sapu, propuseram a criação de um telhado verde, que não só conservaria a temperatura agradável como também deixaria o espaço mais bonito. “Era difícil imaginar qualquer jardim sobre aquela base, porém encontrar o melhor jeito de executá-lo foi um trabalho muito gostoso de fazer”, revela o arquiteto Lula Gouveia.

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Mais luz natural. Em intervalos de 4 m, entra em cena uma telha com claraboia para garantir a claridade. O modelo, também de fibrocimento, é encontrado com facilidade em lojas de materiais de construção.

Praticidade versus calor. A medida generosa das placas agiliza a instalação da cobertura em grandes vãos. Com elas, o desafio seria vencer a transmissão de calor, que poderia se tornar um incômodo. Isso só não aconteceu graças ao jardim.

Estrutura calculada. Depois de muitos testes, os arquitetos descobriram que a telha ondulada resiste à carga de 800 kg/m². A conta era importante, já que o formato irregular gera impactos diferentes na superfície. Uma cobertura verde convencional pesa cerca de 80 kg/m² – o mesmo valor tolerado pela estrutura do local.

Margem de segurança. Antes de começar a obra, o forro de gesso saiu de cena. Além disso, substituiu – se uma das vigas, maltratada pelo tempo. Esses cuidados foram tomados como prevenção para não sobrecarregar o madeiramento do telhado.

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