Casa de linhas retas é construída ao redor de uma jabuticabeira
Madeira e concreto formam a construção que se adaptou ao terreno e ainda criou um agradável pátio interno para os moradores
Este projeto é de 2012, mas poderia ter sido finalizado agora, em 2020. É que as linhas retas, os planos abertos e a mistura de madeira e concreto que dão forma a esta casa, em São Paulo, fazem parte do caminho arquitetônico e estético atemporal do escritório UNA Arquitetos. O projeto Casa 239, como é chamado, teve coordenação dos arquitetos Fernanda Barbara e Fabio Valentim, agora sócios do UNA barbara e valentim.
Já premiado em algumas oportunidades, o projeto agora é finalista da XXII Bienal Panamericana de Arquitectura de Quito -BAQ2020, sendo o único projeto brasileiro da lista.
A construção foi desenhada para atender às demandas de uma família. Um detalhe interessante e que, certamente, ditou como os espaços se distribuíram é que havia uma jabuticabeira com mais de 50 anos no terreno e os arquitetos, sabiamente, resolveram preservá-la. Assim, a arquitetura se moldou para abraçar a árvore no centro do lote.
Além de ser uma atitude respeitosa com a natureza, essa decisão premiou os moradores com um pequeno pátio para onde se voltam quase todos os ambientes, sendo eles: varanda, sala de estar, sala de jantar, cozinha, sala de estudos e um quarto.
Segundo os arquitetos, as inflexões dos dois braços buscam vistas aproximadas da árvore e também vistas sobre si mesma, como duas pequenas casas que se olham. Os quartos das crianças recebem o sol da manhã, mas mesma parte em que a dobra de concreto dá forma à entrada da casa.
Nas bordas do terreno, havia também outras árvores de grande porte, como tipuanas, jerivás, palmeiras e pitangueiras. Uma paisagem e tanto a ser explorada pelos arquitetos junto com a vista da cidade. Assim, desenharam uma piscina e um terraço, que ocupam toda a cobertura.
Entre as referências arquitetônicas do escritório para esse projeto estão a Escola do Porto e outras obras de Alvaro Siza, a Casa Experimental de Muuratsalo, Alvar Aalto e Elissa Aalto, a Villa Dall’ava, do OMA, entre outras obras clássicas da arquitetura.