O Tiny House Movement ganhou força nos Estados Unidos no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, depois se espalhando pelo mundo e viralizando na internet. Esse tipo de habitação vai além dos imóveis em si, propopondo um estilo de vida minimalista, sem excessos, afinal o consumo exagerado sequer é viável em espaços muito reduzidos.
Para os profissionais da arquitetura, o desafio é criar projetos completos e funcionais em áreas compactas. A sustentabilidade surge como ponto chave nessas casas, em sintonia com a lógica de consumo consciente e menos resíduos. Na CASACOR Paraná 2024, três ambientes foram tiny houses e abordaram a conexão entre homem e natureza no morar. O método construtivo seco steel frame foi utilizado em dois deles e todos têm uma proposta de integração entre o interno e externo, por meio de transparências e muitos materiais naturais. Confira-os abaixo:
Tiny house com biofilia Cottage de Serra – Rebeca Zanuthi e Thiago Zoller
Com apenas 44 m², a Cottage de Serra é uma residência completa composta por: suíte com closet e banheiro integrado ao jardim, cozinha com sala de estar, e área externa que inclui mobiliário e lareira.
A arquiteta e o paisagista aproveitam a biofilia para fazer com que as pessoas se reconectem com o ambiente natural e desfrutem de momentos de paz e contemplação. A estética do espaço é marcada por tons neutros e claros, reservando o destaque das cores para as plantas que circundam o local e os revestimentos naturais.
Na suíte, a madeira Tauari Boreal da parede e do forro. Assim como a palha natural presente nas portas pivotantes do closet. O banheiro é destacado pelo uso artesanal do bambu natural que reveste as paredes e o forro . Na cozinha integrada à sala de estar, o mix de couro com tapetes em lã natural é complementado pelo Quartzito Palomino da bancada – seu padrão vívido, com tons de dourado quente e veios intrincados faz com que cada placa pareça uma obra de arte natural.
“A relação humana com o planeta precisa ser repensada para garantir uma realidade sustentável que não seja apenas uma utopia distante. Para resgatar essa sagrada conexão das pessoas com a natureza, o Cottage de Serra retorna às origens da vida e faz uma proposta de bem viver no agora, visando um amanhã próspero para as pessoas e para o meio ambiente”, completam os profissionais Rebeca Zanuthi e Thiago Zoller.
Tiny house estilo cabana escandinava – Casa Refúgio – GRIFF Arquitetura
Assinada por Juliana Marques e Roberta Lanza, da GRIFF Arquitetura, a Casa Refúgio foi projetada para oferecer um lugar de descanso e desconexão em meio a natureza. Com desenho inspirado nas casas dos imigrantes que chegaram ao Paraná a partir de 1820 (telhados de duas águas) o espaço reflete e homenageia a história, mas em uma construção moderna, capaz de unir o passado com as tecnologias atuais.
A casa é composta por living com pé-direito duplo e lareira de porcelanato, quarto com pequeno espaço de home office e banheiro em estilo spa.
“Este projeto transcende o temporário e celebra o perene, nos proporcionando uma apreciação pelas nossas memórias e pelas experiências cotidianas. O projeto da Casa Refúgio é um espaço para desconectar, desacelerar e se reconectar com a natureza”, contam as profissionais.
Feita em steel frame, sistema construtivo formado por peças de aço galvanizado que formam o principal elemento estrutural e vedação feita por painéis, a casa foi erguida em apenas 40 dias, o que comprova a tecnologia a favor da construção civil. Além disso, esse sistema permite uma obra limpa e quase sem resíduos.
Toda a casa recebeu sistema de automação para controle de luz, som, e até das lareiras.
Tiny house de praia: Morada Mar por Crippa e Assis Arquitetura
O projeto dessa casa carrega consigo a praia em seus interiores. Com uma decoração composta por materiais naturais – pedra, madeira, e fibras naturais, com destaque para a palhinha – o ambiente de Maria Alice Crippa e Gustavo Assis, da Crippa e Assis Arquitetura, busca também trazer a conexão das pessoas com a natureza.
Outra fonte de inspiração, além do mar, foi Mana Gollo, fotógrafa que nunca quis trilhar caminhos já percorridos por outros. “Ela persegue o desconhecido, busca o deslumbramento cotidiano e carrega apenas uma bússola, a que aponta para onde existe amor”, contam os arquitetos.
O setor social é dividido em área de cozinhar, reunir e contemplar a vista do mar. Já o setor íntimo, composto por uma suíte, é setorizado em área para relaxar, banhar e dormir. Todo o espaço é envolto por paredes de pedra e vegetação.