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Madeira: veja os melhores tipos para pisos, painéis, decks, portas e divisórias!

Frederico Sabella, arquiteto à frente do escritório Sabella Arquitetura, explica vantagens e características do ipê, cumaru, peroba, cedro e tauari.

Por Redação
26 out 2024, 19h00

A madeira é um dos materiais naturais mais empregados nas construções arquitetônicas, desde os primórdios da civilização até a contemporaneidade, devido sua versatilidade de aplicações, durabilidade e a estética única atribuída às diferentes espécies e características de cada tipologia.

Segundo Frederico Sabella, arquiteto à frente do escritório Sabella Arquitetura, a escolha varia em função de cada demanda – pisos, painéis, portas e decks externos –, acompanhada por uma análise criteriosa das condições e especificidades da madeira. Nessa avaliação, ele relaciona a resistência ao desgaste, variações climáticas e fatores estéticos como determinantes para assegurar a conservação e o bom desempenho de cada peça.

Linda casa na montanha tem lareira e cozinha rústica com fogão à lenha. Projeto de Sabella Arquitetura. Na foto, quarto rústico, piso e parede de madeira.
Projeto de Sabella Arquitetura. (Maíra Acayaba/Divulgação)

Entretanto, ao trabalhar com madeira, ele destaca ser necessário um emprego coerente e responsável, resultante de cultivos sustentáveis. “Por questões éticas e de consciência ambiental, trabalhamos apenas com certificadas, fruto de práticas de reflorestamento e oriundas do Brasil”, explica.

O arquiteto ainda acrescenta que as madeiras ecológicas, como também são conhecidas, reduz o desmatamento através do manejo controlado e sustentável, evitando que o setor contribua para o agravamento das mudanças climáticas, tema central a ser enfrentado em todo o planeta.

Madeira para piso

Madeira: veja os melhores tipos para pisos, painéis, decks, portas e divisórias! Projeto de Sabella Arquitetura.
Na escolha de pisos de madeira, o arquiteto Frederico Sabella destaca três pilares essenciais: resistência e longevidade, a relação custo x benefício vinculada ao projeto e a sintonia estética com os demais acabamentos especificados. Nesse projeto, foi utilizado o piso em Cumaru nas áreas sociais. |Projeto Sabella Arquitetura. (Manuel Sá/Divulgação)

De acordo com Frederico, a avaliação do piso de madeira leva em conta critérios como o estilo da arquitetura previsto para o projeto, a resistência conforme a necessidade do local e o fator custo x benefício. Entre as tipologias, ele discorre sobre o Cumaru, com sua tonalidade escurecida, o Carvalho e a Sucupira, ambos com variações mais claras. “Considero que as três apresentam um preço intermediário”, discorre.

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Apê tem piso de ipê na sala e cerâmicas de estampa geométrica na cozinha. Projeto de Hugo Rapizo. Na foto, sala de estar, mesa de madeira.
Projeto de Hugo Rapizo. (Fotos: Rafael Salim/Produção visual: @puadigiorgio/Divulgação)

Entre as tipologias ‘nobres’, o Jatobá, árvore conhecida pela capacidade de viver por cerca de cem anos, é aclamada por sua matiz quente e brilho natural. “Porém, esses aspectos refletem no preço elevado da madeira”, ressalta o arquiteto.

Outra possibilidade elencada é a madeira de demolição que, apesar de não dispor da mesma resistência em comparação às opções anteriores, figura como uma alternativa interessante para pisos devido ao seu caráter sustentável e custo mais atrativo.

Painéis de madeira

Madeira: veja os melhores tipos para pisos, painéis, decks, portas e divisórias! Projeto de Sabella Arquitetura.
A aplicação de painéis, sejam eles internos ou externos, requer atenção à estabilidade dimensional, pois variações de temperatura e umidade ocasionam dilatações. Compensados e madeiras bem tratadas mantém a beleza sem perder a naturalidade. Na área externa dessa casa, o arquiteto Frederico Sabella utilizou a madeira Cedro que se estendeu por grande parte do vão coberto pelo pergolado | Projeto Sabella Arquitetura. (Manuel Sá/Divulgação)
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Os painéis de madeira são frequentemente contemplados em revestimentos de paredes, armários e divisórias, trazendo textura e elegância. Entre as possibilidades estão o Freijó, conhecido por sua cor clara e suave que resulta em um visual moderno, enquanto o Cedro, em uma variação mais quente.

Cozinha elegante de apê de 275 m² tem bancada com tampos de granito preto. Projeto de Gabriela Casagrande. Na foto, quarto, cabeceira cinza, painel ripado.
Projeto de Gabriela Casagrande. (Fabio Severo/Divulgação)

“Podemos considerar também o MDF”, diz Frederico que sugere atenção com relação à estabilidade dimensional das peças utilizadas em projeto, pois variações de temperatura e umidade podem causar dilatação.

Painel ripado ainda é uma tendência? Projeto de Studio Elã. Na foto, sala de tv, estante de nichos.
Projeto de Studio Elã. (Divulgação/Divulgação)

A madeira ripada, bastante utilizada em fechamentos, internos ou externos, trata-se de um espaçamento entre as peças, resultando em um ritmo vertical que complementa, por exemplo, uma sequência de planos de vidro. Geralmente é empregada piso-teto e sem montantes intermediários.

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Adega-cristaleira funciona como divisória em área social de casa. Projeto de Spaço Interior. Na foto, sala de estar, teto ripado, poltrona de couro caramelo.
Projeto de Spaço Interior. (Kadu Lopes/Divulgação)

“Além de adicionar textura ao conjunto arquitetônico, os ripados contrastam com revestimentos lisos como pisos e pedras. Quanto à tonalidade, buscamos harmonizar o conjunto com a utilização de madeiras mais quentes para equilibrar a aparência sisuda do concreto aparente”, completa.

Portas de madeira

Madeira: veja os melhores tipos para pisos, painéis, decks, portas e divisórias! Projeto de Sabella Arquitetura.
O arquiteto Frederico Sabella salienta que em projetos de alto padrão a madeira maciça de reflorestamento é preferida, ainda que o MDF com lâmina natural seja uma alternativa viável. Nesse projeto, a porta pivotante foi executada em Freijó.| Projeto Sabella Arquitetura. (Manuel Sá/Divulgação)

Para que as portas disponham de resistência mecânica, bem com aspectos consonantes ao projeto de arquitetura, madeiras como Mogno, com seu tom avermelhado e propriedades que atendem às variações climáticas; o Cumaru, reconhecido pela sua resistência, e a Peroba Rosa são escolhas certeiras.

Paredes de pedra e lareira dão charme à casa de campo sustentável. Projeto de Falchi Arquitetura.
Projeto de Falchi Arquitetura. (Edson Ferreira/Divulgação)
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Pensando nos espaços internos, Cedro, Freijó e Tauari são mais populares, especialmente em acabamentos lisos ou entalhes que delineam traços sofisticados. “Nosso parecer técnico leva em conta questões particulares como o isolamento acústico, por exemplo”, relata Frederico.

Hall de entrada revestido com muxarabis iluminados são destaque em apartamento. Projeto de Zalc Arquitetura. Na foto, sala, estante de nichos.
Projeto de Zalc Arquitetura. (Alexandre Disaro/Divulgação)

Para projetos de alto padrão, o especialista sempre considera a madeira maciça derivada do plantio de reflorestamento, ainda que essa escolha impute um valor mais elevado. No entanto, também é viável selecionar modelos com excelente resultado estético alcançado pelo MDF com lâmina natural ou laminados que imitam a aparência da madeira maciça. “Embora com durabilidade inferior, seu preço é mais competitivo quando precisamos combinar qualidade dentro de um orçamento mais enxuto”, complementa.

Deck externo de madeira

Madeira: veja os melhores tipos para pisos, painéis, decks, portas e divisórias! Projeto de Sabella Arquitetura.
Para a confecção de decks externos, é fundamental considerar madeiras que suporte a umidade e variações climáticas. Nessa piscina com borda infinita, o arquiteto Frederico Sabella desenhou o deck em ‘L’ abraçando a piscina. Nele foi empregada a madeira Cumaru. | Projeto Sabella Arquitetura. (Manuel Sá/Divulgação)

Para um deck externo, a madeira deve ser, impreterivelmente, resistente à umidade e às variações resultantes das intempéries da natureza. Para tanto, o Ipê, Cumaru e Garapa são as tipologias populares, todavia a equipe de projetos do escritório Sabella Arquitetura aponta a preferência pela Teca, espécie naval utilizada na construção de barcos devido à alta densidade e resistência.

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Para a sua construção, as réguas costumam apresentar espessura entre 22 e 45 mm e uma paginação de peças com largura de 5 a 7 cm para um resultado mais elegante e delicado.

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