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Conforto acústico em casa: como reduzir os ruídos internos e externos

A arquiteta Isabella Nalon revela soluções simples de arquitetura e décor para amenizar barulhos indesejados

Por Giuliana Capello
Atualizado em 29 fev 2024, 13h58 - Publicado em 23 nov 2022, 19h00
Sala de música com tapete, bateria, violão, paredes revestidas e visual de rock.
Projeto de Isabella Nalon. (Julia Herman/Divulgação)
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Sala de estar em apartamento com tapete, sofás, poltronas em tons de cinza claro, com rack e TV e pano de vidro aberto para varanda com cortina.

Casa é sinônimo de porto seguro, refúgio, lugar para relaxar. Ou, pelo menos, deveria ser. Mas alguns endereços põem à prova o bem-estar dos moradores por causa da poluição sonora da cidade. O trânsito, casas noturnas, obras, escolas e outros vilões do sossego podem interferir no conforto acústico em casa.

Além dos ruídos externos, há quem sofra com o barulho gerado em casas e apartamentos vizinhos. E há ainda casos em que é preciso prevenir ou solucionar o barulho produzido no ambiente ao lado, dentro de casa mesmo.

Para ajudar você a resolver os barulhos indesejados e evitar que os ruídos internos se espalhem, contamos com a ajuda da arquiteta Isabella Nalon, que selecionou dicas importantes.

Isolamento acústico

Sala de música com tapete, bateria, violão, paredes revestidas e visual de rock.
(Julia Herman/Divulgação)

Um bom projeto de isolamento acústico pode contribuir para o bem-estar da casa e proporcionar momentos de relaxamento. Além disso, é possível evitar que sons produzidos internamente, como de sapatos batendo no piso, aspirador de pó ou uma pequena reunião de amigos, não incomodem os vizinhos.

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“Como em algumas situações somos nós que produzimos os ruídos, o isolamento acústico é benéfico para todos ao redor, principalmente para quem mora em apartamentos onde o condomínio possui regras em relação ao barulho”, comenta a arquiteta.

Além de melhorar a qualidade de vida ao suavizar ou bloquear os barulhos, pensar no isolamento acústico contribui para a melhoria do nível de concentração, a diminuição do estresse e do cansaço mental, criando um espaço doméstico mais relaxante.

Planejamento

Antes de realizar qualquer alteração no imóvel, é preciso analisar o contexto, tomando conhecimento dos elementos utilizados na construção. Também é necessário realizar medições e avaliar as condições de incômodo para os moradores.

O projeto precisa ser feito de acordo com a necessidade e o grau de ruído que os ambientes suportam. Em cômodos de descanso, como sala de estar e dormitórios, é essencial atenuar os ruídos para relaxamento e concentração. O mesmo vale também para o home office. Já em ambientes de passagem e de pouca permanência, os cuidados podem ser menores.

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Em situações mais extremas, o projeto pode demandar a realização de um mapa acústico do local para a identificação dos ruídos a serem controlados e a potência sonora. Isso vai garantir a aplicação de soluções específicas e mais efetivas.

Materiais para o isolamento acústico

Sala de jantar com mesa em tampo de vidro e estrutura de madeira, com oito cadeiras de madeira estofadas. Na parede, um painel de madeira reveste a superfície. Piso de ladrilho hidráulico. Ambiente integrado com sala de estar, ao fundo.
(Julia Herman/Divulgação)

A escolha dos revestimentos ajuda muito no isolamento acústico. O ideal é apostar em elementos como pisos de madeira, laminado com manta acústica, vinílico ou carpetes. Esses materiais também agregam no acabamento, deixando o ambiente mais elegante.

Evite revestimentos cerâmicos, que ecoam o som. Caso o morador não tenha como substituir esses materiais, investir em janelas e portas especiais que barram o som externo é uma boa alternativa, uma vez que diminuem a intensidade do som.

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Já na parte do teto, o forro de gesso pode ser executado com lã de rocha ou de vidro, que absorvem os sons, e podem ser encontrados nos formatos placas ou mantas. Em casas e apartamentos que estão passando por reforma, o recomendado é a utilização de argamassa termoacústica que, segundo o fabricante, ajuda a reduzir em até 40 decibéis o barulho para o vizinho da laje inferior. O uso de manta acústica, dependendo do material, pode provocar resultados semelhantes.

Móveis também podem ajudar

Segundo Isabella, o mobiliário coopera no amortecimento da propagação do som. Nesse sentido, quanto mais pesados e robustos, melhor. “Podemos observar que, quando os cômodos estão vazios acabam ocasionando reverberação, mas as escolhas certas no mobiliário e na decoração colaboram positivamente”, explica a profissional.

Sala de estar com varanda tem sofá cinza com almofadas coloridas, arranjo de quadros na parede, tapete grande geométrico e cortina.
(Julia Herman/Divulgação)

Já nas paredes, um mural de cortiça auxilia na absorção de ruídos, como também pode exercer a função decorativa ao receber fotos, por exemplo. Outros itens do décor, como tapetes, carpetes, cortinas, almofadas e mantas com tecidos felpudos e macios deixam o ambiente aconchegante. De quebra, ajudam a aliviar barulhos como o arrastar de cadeiras e o toc toc de sapatos.

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Nos quartos, a cabeceira estofada é boa pedida e pode render noites de sono mais tranquilo.

Outras soluções

Soluções simples já podem trazer bons resultados. Uma delas é incorporar uma cortina mais densa ou um vidro de dupla camada. Nas paredes de alvenaria, é possível instalar uma segunda ‘camada’ de drywall que incorpore isolantes como lã de rocha ou de vidro. Apostar em papéis de parede, aplicação de tecido e uma seleção de quadros também ajuda a barrar o som vindo de fora.

É importante vedar bem portas, janelas e outros vãos por onde o som possa escapar. “O segredo é incorporar no projeto produtos adequados para cada cômodo, sempre contando com mão de obra especializada e com materiais de boa qualidade”, finaliza.

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