Como funcionam as Smart Cities do Nordeste
Mais de 10 mil pessoas já compraram lotes nas Cidades Inteligentes construídas no CE e no RN. Agora, esse conceito de morar foi trazido para São Paulo.
Sentar para um café com Susanna Marchionni é vivenciar o seu entusiasmo pelo modelo de negócio desenvolvido pela Planet Smart Cities. A CEO da marca no Brasil é italiana, de Turim, e decidiu que o Ceará era o local certo para fincar a bandeira da primeira Smart City da Planet no nosso país. Ela seguia uma matéria da revista The Economista que apontava o Estado brasileiro como um dos 10 melhores lugares do mundo para investir. Susanna fechou a revista, pegou sua mala e desembarcou por aqui.
E que modelo de negócio é esse? A Planet tem um centro de pesquisas no norte da Itália que investiga modos de morar, equipamentos urbanos e serviços compartilhados. Além disso, desenvolveu uma plataforma que reúne os moradores. Eles rastreiam locais com bons terrenos, onde o déficit populacional seja evidente, desenvolvem projetos de loteamento e de construção que possam gerar casas de custo acessível, e ainda criam parcerias com empresas que vendem produtos e serviços com desconto para o grande número de moradores que ocupará as áreas. Em poucas linhas, condensei aqui como eles desenvolvem essa grande rede – onde todos se beneficiam durante o processo. O modelo já foi aplicado na Índia, na Itália, na Colômbia, nos Estados Unidos e aqui. Os moradores, em todos esses locais, absorvem as vantagens não apenas dos descontos de produtos e serviços, mas dos elementos gratuitos que podem ser oferecidos graças ao reinvestimento do lucro pela própria Planet.
Tecnicamente, claro, não é uma cidade. Porque os loteamentos fazem já parte de uma cidade e recebem os serviços da prefeitura e das concessionárias locais. Mas a Planet se responsabiliza pela educação desse morador. Além do aplicativo que faz com que todos possam se integrar e também aproveitar os serviços comuns, a Planet paga para um gestor social que se responsabiliza pelo processo de, como ela chama, empoderamento do cidadão. Esse profissional cria comissões de auto-gestão e acompanha o loteamento bem de perto por dois anos. Passado esse tempo, ele pode voltar sempre que for necessário para reciclar os conhecimentos de todo o grupo. A tecnologia, portanto, é fundamental – e todos estão sempre conectados para uma melhor gestão de energia e socialização – mas a inclusão social, a sustentabilidade e o planejamento urbano é o que fazem a Smart City ficar completa, ao menos, no olhar de Susanna.
Ainda analisando o déficit habitacional, o modelo migrou para São Paulo. Aqui, com a bandeira Viva Smart, não estamos mais falando de cidades, mas de prédios com apartamentos de 39 a 44 m². Além do empreendimento já entregue na Bela Vista, dois lançamentos, em Itaquera e na Freguesia do Ó, atendem os bairros com a mesma proposta: imóveis de preço acessível, com muitos serviços compartilhados – como bibliotecas (de livros e de ferramentas), bicicletário e coworking, além de academia e salões de games e festas. Também aqui, o gestor social tem um papel importante, trabalhando em conjunto com o síndico do edifício para desenvolver um jeito cooperativo de lidar com as áreas e serviços comuns.
O CASA.COM.BR tomou um café com Susanna Marchionni para entender melhor os número que estão envolvidos nesse processo. Impressiona a quantidade de lotes lançados e já vendidos. Assista ao vídeo com a entrevista completa e conheça os detalhes desse modelo de negócio.