Biofilia: fachada verde traz benefícios a esta casa no Vietnã
Camadas de caixas de concreto para plantas revestem frente e fundo da residência em Ho Chi Minh
Morar em uma cidade grande e manter contato próximo com a natureza – mesmo em terrenos pequenos – é desejo de muitas pessoas. Pensando nisso, em Ho Chi Minh (antiga Saigon), no Vietnã, a casa Stacking House (algo como “empilhamento verde”, em português) foi projetada e construída com este intuito para um casal e sua mãe.
Historicamente, na cidade (que tem hoje a maior densidade populacional do mundo) os moradores têm o hábito de cultivar plantas em vasos em pátios, nas calçadas e até nas ruas. Detalhe: sempre com grande variedade de espécies tropicais e flores. E o que é a biofilia (“amor à vida”) senão a vontade de estar sempre em conexão com tudo que é vivo?
O projeto, do escritório VTN Architects, incorporou camadas de caixas de concreto para plantas (em balanço a partir de duas paredes laterais) nas fachadas da frente e do fundo. Repare que o volume é estreito, construído no terreno de 4 m de largura por 20 m de profundidade.
A distância entre as plantas e a altura das floreiras pode ser ajustada de acordo com a altura da vegetação, variando entre 25 cm e 40 cm. Desta forma, para regar as plantas e facilitar a manutenção, foram utilizados tubos de irrigação automática dentro das floreiras.
A estrutura da casa é de concreto reforçado, muito comum no país. As divisórias são mínimas para manter a fluidez interior e a visualização das fachadas verdes de todos os cantos da casa. Ao longo do dia, a luz solar penetra por entre a vegetação de ambas as fachadas. Assim, ela cria belos efeitos nas paredes de granito, compostas por pedras de 2 cm de altura, cuidadosamente empilhadas.
Mais luz e ventilação natural
A casa tem apelo biofílico e estético, que traz mais bem-estar, tranquilidade e conforto aos moradores. Além disso, a fachada verde reforça o caráter bioclimático da casa, já que a protege da luz solar direta e também dos ruídos urbanos e da poluição atmosférica. Neste caso, as plantas funcionam como uma espécie de filtro do barulho e da sujeira da cidade.
É também graças ao jardim vertical que a ventilação natural se amplia em toda a casa. O mesmo ocorre com a entrada da luz solar, ampliada ainda mais por meio de duas claraboias. Resultado: economia de energia, mais bem-estar e conexão com a natureza, mesmo na cidade grande.
*Via ArchDaily