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Apartamento tem jeitinho de casa

As paredes da morada paulistana dos anos 50 caíram para dar lugar a um ambiente despojado. A estética industrial e integrada, com cara de galpão, abre exceção para um quintal de atmosfera calorosa. Afinal, os brutos também amam

Por Por Mayra Navarro (visual) e Renato Bianchi (texto) | Projeto Daniel Winter
Atualizado em 9 set 2021, 13h08 - Publicado em 6 abr 2017, 15h00
Apartamento com jeitinho de casa
Apartamento com jeitinho de casa  (Foto: André Klotz/)
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“Assim que bati o olho naquele apartamento da década de 50, com 110 m², pé-direito generoso e um quintalzinho, vislumbrei que ele poderia se transformar na casa que sempre sonhei. Apesar de ter uma distribuição convencional, o imóvel serviria ao meu propósito de viver num loft claramente residencial. Ou seja: com uma cara de galpão industrial, mas com um jardim acolhedor. No entanto, seria preciso eliminar as divisórias – era fundamental poder ver todo o espaço desde a porta de entrada.

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A área a céu aberto fornece claridade e circulação de ar ao apartamento, além de fazer as vezes de quintal. É ali que o publicitário Bruno Yantob e seu cão Xito desfrutam do contato com as plantas e do clima de terraço. (Foto: André Klotz)

Para dar conta dessa pequena revolução, o arquiteto Daniel Winter, do escritório paulistano DWArquitetura, se amparou no famoso preceito de que menos é mais [do alemão Mies van der Rohe, 1886-1969] e privilegiou uma arquitetura moderna e brutalista feita de elementos básicos como concreto, ferro, tijolo e vidro. Eu não queria muitos acabamentos. 

A planta original contemplava uma sala, dois quartos, uma cozinha fechada, um banheiro, uma despensa e a área descoberta de 11 m². Depois de demolir quase todas as paredes entre os cômodos, o espaço de convívio se transformou num único ambiente, englobando estar, jantar e cozinha integrada – com uma ilha onde posso preparar algo para meus convidados.

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Na sala, onde as divisórias vieram abaixo, foi preciso erguer dois pilares de concreto para sustentar as vigas originais. Tapete da By Kamy, almofadas da Marché Art de Vie e gravura de Sérvulo Esmeraldo/Papel Assinado. (Foto: André Klotz)

Outro ponto-chave foi reduzir a área externa pela metade para aumentar o living, que ganhou melhor fluxo, além da luminosidade natural oferecida pela porta de vidro do tipo camarão. Ela recria o visual dos fechamentos dos lofts nova-iorquinos tanto no tamanho dos panos transparentes como na cor do ferro, preta.

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Localizado no segundo andar, o apartamento é o único do prédio com área externa, agora com 5,50 m². (Foto: André Klotz)

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Para que a luz de fora invadisse todo o interior, pedi para aumentar a entrada do quarto e instalar um painel envidraçado de correr para fechá-la. Os dois dormitórios originais se converteram em um, com 27 m² , e, nesse único ambiente de frente para a rua, mantivemos as duas janelas originais, de 1,20 x 1,55 m, trocando apenas os caixilhos. 

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O painel envidraçado (1,65 x 2,20 m) do quarto tem sistema de corrediça superior. Mesa lateral e luminária do Atelier Industrial; roupa de cama da Codex Home. (Foto: André Klotz)

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Também fiz questão de incluir um lavabo no corredor, onde ficava a despensa, para servir as visitas. Do apartamento original, restaram apenas vigas, colunas e os tacos do piso, restaurados. A transformação, com duração de pouco mais de três meses, terminou exatamente como eu desejava e tornou o meu dia a dia mais prático e agradável, facilitando a circulação, a limpeza e a organização.”

Bruno Yantob, 36, morador

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