Apartamentos pequenos hoje são uma tendência. Com as cidades cada vez mais saturadas e com custo de vida altíssimo, é difícil encontrar e manter imóveis muito grandes. Junto disso, a moda das áreas sociais amplas e integradas acabou deixando o espaço reservado para os quartos ainda menor. Mas ao contrário do que muitos possam considerar, o cômodo mais compacto, não necessariamente, implica em um décor com a sensação de apertado e que não propicia a estrutura e a sensação de conforto tão sonhada.
De acordo com a arquiteta Marina Carvalho, à frente do escritório que leva o seu nome, a arquitetura de interiores de um quarto pequeno pode ser concebida de forma a não deixar nada a perder. O segredo é analisar as dimensões para que cada centímetro seja aproveitado com eficiência.
“Peças desproporcionais resultam na percepção de um ambiente ainda menor, sem respeitar a circulação mínima que os moradores precisam ter”, completa. Nas laterais de uma cama, por exemplo, é necessário considerar um espaçamento mínimo de 50cm.
Paleta de cores
Os tons mais claros e neutros são excelentes opções para dormitórios com dimensões menores, visto que essa paleta contribui para a percepção de espaço, tornando a área muito maior.
“Uma base branca será sempre uma bela alternativa”, ressalta Marina. Com essa base evidente na marcenaria e paredes, abre-se a possibilidade de salpicar cores mais intensas em pequenos pontos do quarto, como no enxoval da cama, objetos decorativos, tapetes, almofadas e cortinas.
A profissional sugere a aplicação de, no máximo, três cores, para eliminar o risco de saturação e poluição visual. “Essa análise deve ser muito bem considerada, pois caso seja exposta em uma superfície errada, o efeito se torna inverso”, orienta.
Decorando sem perder espaço
Como em um dormitório pequeno cada centímetro é valioso, a decoração, além de agregar na estética, precisa ser estratégica. Nestes casos, a arquiteta segue a filosofia do “menos é mais”, pois abusar da quantidade de elementos decorativos implica em sobrecarregar o ambiente. A sugestão é separar itens para as paredes e outros para os móveis, mas sempre tomando cuidado para que os itens exaltem a harmonia entre si.
“Elementos de paredes são boas alternativas para não perdermos espaço e não comprometer a circulação”, explica. Já para os itens que precisam de apoio em alguma superfície, prateleiras, nichos são locais onde os moradores conseguem dispor pertences pessoais e livros.
Móveis funcionais
Para um dormitório personalizado e de acordo com suas necessidades dos moradores, o mais indicado são os móveis feitos sob medida, umas vez que possibilitam o aproveitamento de toda área. Contudo, Marina ressalta que, apesar de ser uma solução eficaz, esse tipo de móvel não é obrigatório para quartos pequenos.
“Caso não seja possível incluir os móveis personalizados do dormitório, basta empregar os móveis do tamanho correto, pois não adianta incluir uma cama gigante dentro de um quarto pequeno”, alerta.
Iluminação eficiente
Por ser um espaço que desperta a vontade de descansar, a iluminação de qualquer dormitório deve oferecer, em primeiro lugar, conforto para os moradores. O mais indicado é investir em lâmpadas que trazem leveza para o espaço: versões com tonalidades branca e amarelada tornaram o ambiente mais aconchegante e agradável. Mas em se tratando de quartos pequenos, o posicionamento e a iluminação fazem toda a diferença.
A arquiteta recomenda que a claridade seja indireta e por meio de peças embutidas como arandela e pendentes. “Essa luz precisa ser pontual e geralmente está presente na cabeceira e em pontos específicos como os armários, facilitando a visualização dos itens dispostos em seu interior”, finaliza a profissional.