Em toda a história da humanidade, as pessoas sempre se reuniram em torno do fogo. Nas casas de hoje, os encontros podem ser em torno da lareira, ou do fogão. Já na tradição japonesa, a fornalha construída no chão da morada serve aos dois propósitos: é onde a família cozinha, e é o elemento que aquece a casa. Com base nesse costume, o arquiteto japonês Kengo Kuma criou, para a mostra “Energy for Creativity”, em Milão, uma instalação que abriga módulos de cozinha feitos de painéis de bambu e estrutura de aço. Sem esquemas pré-estabelecidos, as peças do sistema “Irori” – feitas em colaboração com a Kitchenhouse – podem ser organizadas em volta da fornalha do jeito que os moradores quiserem. Ainda, é possível usar os módulos para compor itens diferentes, como mesas, prateleiras e bancos. A cozinha se expande, se contrai e se transforma de acordo com as mudanças da vida. Mas segue sendo o coração da casa, e o lugar de reunião da família. Por isso, o arquiteto abrigou as peças em meio a uma estrutura que remete a um casulo: feita de papel vulcanizado torcido e tramado, tem atmosfera tranquila e suave, propícia aos encontros e à criatividade.